quinta-feira, 18 de agosto de 2011

CONTRAF-CUT DEBATE NA CAMARA DOS DEPUTADOS O FUTURO DOS CORRESPONDENTES BANCÁRIOS

A Contraf-CUT na tarde de ontem (16) referendou seu papel de defesa dos interesses, não somente dos bancários e bancárias, mas também de toda a sociedade brasileira ao participar da audiência pública  na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, convocada para discutir o Projeto de Decreto Legislativo (PDC) nº 214/2011, do deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP), que suspende as recentes resoluções do BC que amplia a atuação dos correspondentes bancários.

Em um plenário repleto de representantes de bancários de todos os Estados, Carlos Cordeiro, Presidente da Contraf-CUT,  defendeu a inclusão bancária de toda a população e exortou o Congresso Nacional a se somar aos esforços para realização de uma Conferência Nacional sobre o Sistema Financeiro, possibilitando a discussão sobre qual é o papel que os bancos devem assumir no Brasil.

Diante de deputados, representantes da Fenaban e do Banco Central, Carlos Cordeiro afirmou: "O Banco Central funciona hoje como um verdadeiro sindicato nacional dos bancos. Em vez de se preocupar com a sociedade e com o desenvolvimento econômico e social do país, age única e exclusivamente a serviço do sistema financeiro."


Exclusão, precarização e insegurança

Último a falar na audiência, o presidente da Contraf-CUT fez um histórico da evolução da legislação sobre os correspondentes bancários e rebateu as argumentações do BC e da Fenaban de que esses instrumentos desempenham importante função social ao supostamente levar atendimento bancário a regiões distantes e carentes.

"Quando foram criados, na década de 1970, a intenção era realmente essa. Mas paulatinamente o Banco Central foi alterando a sua função, atendendo os interesses dos bancos, e hoje os correspondentes podem fazer praticamente tudo o que as agências fazem. Mas é mentira que eles estão levando atendimento às populações distantes e desassistidas",
criticou Carlos Cordeiro.

"Os correspondentes estão concentrados hoje nas regiões onde está a população bancarizada, principalmente no Sudeste, funcionando ao lado ou próximo das agências, que é para onde os bancos estão empurrando a clientela de baixa renda em sua estratégia de elitização das agências", acrescentou o presidente da Contraf-CUT. "Os correspondentes estão sendo usados na verdade para segregar e excluir os mais pobres, para precarizar as relações de trabalho, reduzir custos e aumentar os lucros dos bancos, uma vez que os correspondentes fazem a mesma coisa e custam um quarto do salário do bancário."

Em vez de correspondente, posto de atendimento

Cordeiro, por fim, refutou a argumentação da Fenaban de que a aprovação do PDC 214 provocará demissões e deixará sem acesso aos serviços financeiros as populações de regiões desassistidas.

"É preciso deixar claro que nós não defendemos o fim dos correspondentes", frisou o presidente da Contraf-CUT. "O que queremos é transformar os correspondentes em postos de atendimento, em agências pioneiras, com segurança, com sigilo bancário preservado, que dêem assistência financeira a toda a população, sem discriminação de condição econômica e social, de raça ou de cor. Os bancos são o segmento que mais lucra na economia. Essa deveria ser a sua contrapartida social para ajudar o Brasil a se desenvolver", destacou.

Reclamações de clientes

Citando dados consolidados de 150 Procons, o diretor-substituto do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça revelou na audiência pública que os órgãos estão lotados de reclamações contra os correspondentes bancários. "Muitos deles se aproveitam da ignorância da população de baixa renda e negociam a quitação de uma dívida em troca de novos empréstimos para conseguir comissão", denunciou Amaury.

FONTE: Contraf-CUT, com Seeb de Brasília

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