quarta-feira, 20 de junho de 2012

19/06/2012

Em reunião com a Contraf-CUT, BC nega fusão envolvendo Santander

 
O presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, reuniu-se nesta segunda-feira 18 com o secretário-executivo e futuro titular da recém-criada Diretoria de Assuntos Especiais do Banco Central, Luiz Edson Feltrim, para cobrar que o movimento sindical seja ouvido antes de qualquer processo de fusão no sistema financeiro, de forma a evitar prejuízos aos bancários e à sociedade brasileira, como ocorreu em aquisições anteriores. Feltrim disse que o BC está aberto ao diálogo e negou que esteja em andamento qualquer processo de fusão envolvendo o Santander.

Também participaram da reunião a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, e o futuro secretário-executivo do BC, Geraldo Magela. Feltrim foi indicado por Alexandre Tombini à presidenta Dilma Roussef para ocupar a nova Diretoria de Assuntos Especiais, criada com o objetivo de "fortalecer o relacionamento com o cidadão e os instrumentos de comunicação social".


A audiência foi solicitada pela Contraf-CUT para manifestar as preocupações dos bancários com o resultado de uma eventual fusão do Santander com outros bancos brasileiros e suas consequências para a sociedade, em especial para os trabalhadores.


"As últimas fusões, do próprio Santander com o ABN, do Itaú com o Unibanco e do BB com a Nossa Caixa, não geraram nenhum benefício para a sociedade. Ao contrário, os juros e o spread subiram nas alturas, as tarifas bancárias chegam a cobrir o dobro da despesa de pessoal, os lucros continuam elevados e a rentabilidade dos bancos no Brasil chega em alguns casos a ser o dobro do verificado em outros países", afirmou o presidente da Contraf-CUT.


'Precisa haver contrapartidas sociais'


"Em relação ao emprego, destacamos as demissões praticadas pelo Itaú, fruto do processo de fusão com o Unibanco", acrescentou Carlos Cordeiro. "Cobramos a necessidade de contrapartidas sociais em casos de fusão, como a garantia de redução de juros e tarifas, além da manutenção dos empregos, o que garante também uma melhoria no atendimento à população."


Os dirigentes sindicais também manifestaram a preocupação com a concentração bancária no Brasil, que em vez de favorecer a concorrência monopoliza o poder dos bancos e facilita o aumento dos juros e tarifas, como comprovam as dificuldades impostas pelos bancos privados em baixar os juros.


"Solicitamos que, se algum processo de fusão seja pautado no Banco Central, a Contraf-CUT e os sindicatos sejam chamados para discutir antes do processo finalizado, de modo a evitar que os trabalhadores e a sociedade sejam prejudicados", ressaltou Carlos Cordeiro.


Feltrim disse que no momento não há nenhum processo de fusão em curso

envolvendo o Santander, o Banco do Brasil ou o Bradesco.

O novo diretor informou que o BC soltou a Circular 3.590 (de 26/4/2012), que "dispõe sobre a análise de atos de concentração no Sistema Financeiro Nacional e sobre a remessa de informações pelas instituições financeiras", que entre outros itens exige que os bancos informem "os ganhos de eficiência esperados com o ato de concentração que possam resultar em benefício aos usuários de produtos e de serviços financeiros, explicitando aqueles derivados de economias de escala, de economias de escopo, da introdução de novas tecnologias, da geração de externalidades positivas e de sinergias, com a quantificação dos respectivos valores".


Por fim, Feltrim informou que o Banco Central está aberto ao diálogo e que sempre que solicitado receberá a Contraf-CUT e seus sindicatos.


BC além da inflação


Os dirigentes sindicais propuseram ainda ao secretário-executivo que o BC precisaria ter outras tarefas que não só olhar para a inflação, mas também se pautar por indicadores como, por exemplo, crescimento econômico e geração de emprego e renda.


Feltrim respondeu que essas outras tarefas além de cuidar da inflação não fazem parte da atribuição constitucional do Banco Central.



Fonte: Contraf-CUT

segunda-feira, 18 de junho de 2012

17/06/2012

23º Congresso aprova reivindicações específicas do funcionalismo do BB

 
Crédito: Jailton Garcia

Jailton Garcia 300 delegados e 11 observadores participaram do 23º Congresso do BB

Rede de Comunicação dos Bancários (*)


A plenária final do 23º Congresso Nacional dos Funcionários do BB aprovou neste domingo 17 as propostas para as negociações específicas com o banco na Campanha Nacional 2012 relativas a emprego, remuneração, saúde, condições de trabalho e segurança bancária, além do papel do Banco do Brasil e do sistema financeiro nacional.


O Congresso reafirmou a estratégia da campanha nacional unificada. Isso significa que a pauta específica do funcionalismo do BB será discutida com o banco concomitantemente com a negociação da minuta nacional de reivindicações da categoria, a ser aprovada pela Conferência Nacional dos Bancários (de 20 a 22 de julho, em Curitiba) e depois negociada com todos os bancos (inclusive o BB) na mesa única da Fenaban.


"Realizamos um grande debate representativo das bases da categoria. Não resta a menor dúvida de que a partir do que construímos neste Congresso teremos uma grande campanha salarial no BB, garantindo conquistas e avançando nas reivindicações", avalia Carlos de Souza, vice-presidente da Contraf-CUT e funcionário do BB.


A plenária deste domingo concluiu o amplo debate feito pelos quatro grupos de trabalho que se reuniram no sábado para discutir Remuneração e Condições de Trabalho, Saúde e Previdência, Organização do Movimento, e Banco do Brasil e o Sistema Financeiro Nacional.


"O trabalho realizado pela Comissão de Empresa de sistematizar as discussões e propostas vindas das encontros regionais e assembleias foi de grande valor para o aprofundamento qualificado dos debates realizados pelos grupos de discussão e pela plenária. A partir desse planejamento, podemos construir uma pauta de itens com a participação democrática dos funcionários e funcionárias do Banco do Brasil", acrescenta Wagner Nascimento, representante da Fetraf-MG na Comissão de Empresa.


Participaram do 23º Congresso do BB, realizado de 15 a 17 de junho em Guarulhos, na Grande São Paulo, 300 delegados (213 homens e 87 mulheres) eleitos em encontros estaduais ou assembleias, além de 11 observadores (sete homens e quatro mulheres).


(*) José Luiz Frare, Júnior Barreto e Rodrigo Couto
17/06/2012

28º Conecef aprova reivindicações específicas dos empregados da Caixa

 
Crédito: Augusto Coelho - Fenae

Augusto Coelho - Fenae Delegados reafirmaram estratégia de campanha nacional unificada

Rede de Comunicação dos Bancários (*)


O 28º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef), que terminou na tarde deste domingo (17), aprovou as reivindicações específicas e reafirmou a estratégia de campanha nacional unificada da categoria. Participaram 321 delegados (210 homens e 111 mulheres), respeitando a cota de gênero de 30%, e 22 observadores. O evento foi aberto na sexta-feira (15), no Hotel Caesar Park, em Guarulhos (SP).


"Os delegados reforçaram a finalidade do Conecef para discutir e deliberar sobre as especificidades dos empregados da Caixa, elaborando a pauta de reivindicações a ser negociada com a empresa no processo de negociação permanente e na mesa concomitante com a mesa da Fenaban na Campanha Nacional dos Bancários", afirma Jair Ferreira, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa).


100 mil empregados já!


Foi aprovado intensificar a luta por novas contratações para que a Caixa atinja o quanto antes o mínimo de 100 mil empregados, tendo em vista a substituição dos terceirizados e o aumento das demandas em razão da ampliação dos programas sociais do governo federal. A adoção de uma política de contratação de pessoal tem estreita relação com condições dignas de trabalho, reforçando ainda o papel da Caixa como agente de políticas públicas, sem negligenciar as funções de banco comercial.


O congresso reafirmou a luta pelo fim do trabalho gratuito, com a jornada de 6h para todas as funções sem redução salarial e a extinção do registro de horas negativas no Sistema de Ponto Eletrônico (Sipon).


Isonomia de direitos


Os delegados aprovaram como um dos pontos centrais da mobilização a isonomia entre empregados novos e antigos, com a extensão da licença-prêmio e do anuênio para todos os trabalhadores. Foi apontada também a necessidade de intensificar a pressão no Congresso Nacional pela aprovação do projeto de lei nº 6.259/2005, que dispõe sobre isonomia nos bancos públicos federais.


Foi ainda deliberada a realização de um encontro nacional aberto pela isonomia, que deve acontecer antes de setembro, em São Paulo.


Fim do assédio moral e melhorias no Saúde Caixa


O congresso aprovou também o fortalecimento da luta pelo respeito da jornada de trabalho. "A extrapolação do horário de trabalho, o assédio moral, as metas abusivas e a pressão por produtividade são elementos que mais impactam negativamente na saúde do trabalhador e precisam ser combatidos para melhorar as condições de trabalho e trazer qualidade de vida aos empregados", destaca Plínio Pavão, diretor da Contraf-CUT.


Os delegados aprovaram a necessidade de ampliação dos serviços do Saúde Caixa e o melhoramento da sua rede credenciada e a criação de um programa de fornecimento de medicamentos com preços diferenciados, além da otimização da gestão do plano. A proposta é que sejam criadas estruturas específicas do Saúde Caixa e Saúde do Trabalhador, tendo no mínimo uma por estado e com representação nas Superintendências Regionais (SRs).


Foi referendada a importância da destinação do superávit do Saúde Caixa para melhorias na cobertura de atendimento e na rede credenciada do plano. Nos últimos quatro anos, o Saúde Caixa tem apresentado superávit que supera os R$ 60 milhões, sendo R$ 20 milhões apenas a parte dos empregados, faltando os 70% da empresa.


Mais democracia na gestão da Funcef


Os delegados aprovaram a exigência de mais democracia na gestão da Funcef, sobretudo no que diz respeito ao fim do voto de minerva nas instâncias de decisão (conselhos e diretoria). O movimento sindical lutará tanto por ampliação das restrições estatutárias ao uso desse instrumento antidemocrático como também por mudança na legislação, de forma a promover a sua completa extinção.


Outras importantes deliberações foram a conclusão do processo de incorporação do REB pelo Novo Plano, o fim das discriminações aos participantes do REG/Replan não-saldado, a justiça às mulheres pré-79 e a composição dos órgãos de gestão da Funcef apenas por empregados da Caixa participantes da Fundação, dentre outras.


Foi aprovada a luta pelo reconhecimento por parte da Caixa do CTVA como verba salarial para fins de aporte à Funcef. "Há uma grande preocupação com o forte crescimento do passivo trabalhista, especialmente por conta de CTVA, auxílio alimentação e cesta-alimentação. A Caixa precisa assumir a sua responsabilidade e fazer o aporte correspondente nas reservas matemática dos empregados, ao invés de jogar a conta para a Funcef, prejudicando, assim, o benefício de todos os participantes", destaca Antonio Fermino, novo conselheiro deliberativo eleito da Funcef.


Foi ainda aprovado a intensificação da campanha entre os empregados para que aumente o número de participantes da Funcef.


Mais seguranças nas agências e postos


Os delegados aprovaram a retomada do modelo de agência segura pela empresa e a instalação de portas giratórias com detector de metais em todos os estabelecimentos, a colocação de divisórias entre os caixas, a proibição de transporte de valores por bancários e o fim do atendimento de empregados no espaço dos caixas eletrônicos das agências.


Foi deliberado ainda que a Caixa cumpra fielmente o plano de segurança aprovado pela Polícia Federal e não haja abertura das agências caso o plano não seja cumprido em todos os seus pontos.

Eleição do representante dos empregados no Conselho de Administração

O congresso aprovou que não ocorram restrições à inscrição de candidatos no processo eleitoral para a escolha do representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, previsto em lei e já regulamentado pelo governo. "Atualmente, os estatutos da Caixa preveem que o candidato seja no mínimo gestor há dois anos, o que retiraria cerca de 90% dos empregos da disputa. A legislação permite alteração estatutária para viabilizar a eleição, porém o próprio Conselho de Administração tem sido contra a mudança proposta", ressalta Jair.


Organização do movimento


Foi aprovada a manutenção do atual modelo de realização do Conecef: os delegados são eleitos em fóruns preparatórios de caráter regional ou estadual, na proporção de 1 para 300 empregados por estado, garantindo a cota de gênero de 30% e a representação de aposentados.

Também foi reafirmada a proposta de realização do Conecef no primeiro semestre de cada ano, preferencialmente até 30 de abril.

Em relação à composição da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) houve a manutenção do formato atual: um representante de cada federação, um representante da Contraf-CUT e por um representante dos aposentados indicado pela Fenacef.


(*) Renata Bessi, Evando Peixoto, Priscila e Antonio José



Fonte: Contraf-CUT