19/06/2012
Em reunião com a Contraf-CUT, BC nega fusão envolvendo Santander
O presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, reuniu-se nesta
segunda-feira 18 com o secretário-executivo e futuro titular da
recém-criada Diretoria de Assuntos Especiais do Banco Central, Luiz
Edson Feltrim, para cobrar que o movimento sindical seja ouvido antes de
qualquer processo de fusão no sistema financeiro, de forma a evitar
prejuízos aos bancários e à sociedade brasileira, como ocorreu em
aquisições anteriores. Feltrim disse que o BC está aberto ao diálogo e
negou que esteja em andamento qualquer processo de fusão envolvendo o
Santander.
Também participaram da reunião a presidenta do Sindicato dos Bancários
de São Paulo, Juvandia Moreira, e o futuro secretário-executivo do BC,
Geraldo Magela. Feltrim foi indicado por Alexandre Tombini à presidenta
Dilma Roussef para ocupar a nova Diretoria de Assuntos Especiais, criada
com o objetivo de "fortalecer o relacionamento com o cidadão e os
instrumentos de comunicação social".
A audiência foi solicitada pela Contraf-CUT para manifestar as
preocupações dos bancários com o resultado de uma eventual fusão do
Santander com outros bancos brasileiros e suas consequências para a
sociedade, em especial para os trabalhadores.
"As últimas fusões, do próprio Santander com o ABN, do Itaú com o
Unibanco e do BB com a Nossa Caixa, não geraram nenhum benefício para a
sociedade. Ao contrário, os juros e o spread subiram nas alturas, as
tarifas bancárias chegam a cobrir o dobro da despesa de pessoal, os
lucros continuam elevados e a rentabilidade dos bancos no Brasil chega
em alguns casos a ser o dobro do verificado em outros países", afirmou o
presidente da Contraf-CUT.
'Precisa haver contrapartidas sociais'
"Em relação ao emprego, destacamos as demissões praticadas pelo Itaú,
fruto do processo de fusão com o Unibanco", acrescentou Carlos Cordeiro.
"Cobramos a necessidade de contrapartidas sociais em casos de fusão,
como a garantia de redução de juros e tarifas, além da manutenção dos
empregos, o que garante também uma melhoria no atendimento à população."
Os dirigentes sindicais também manifestaram a preocupação com a
concentração bancária no Brasil, que em vez de favorecer a concorrência
monopoliza o poder dos bancos e facilita o aumento dos juros e tarifas,
como comprovam as dificuldades impostas pelos bancos privados em baixar
os juros.
"Solicitamos que, se algum processo de fusão seja pautado no Banco
Central, a Contraf-CUT e os sindicatos sejam chamados para discutir
antes do processo finalizado, de modo a evitar que os trabalhadores e a
sociedade sejam prejudicados", ressaltou Carlos Cordeiro.
Feltrim disse que no momento não há nenhum processo de fusão em curso
envolvendo o Santander, o Banco do Brasil ou o Bradesco.
O novo diretor informou que o BC soltou a Circular 3.590 (de 26/4/2012),
que "dispõe sobre a análise de atos de concentração no Sistema
Financeiro Nacional e sobre a remessa de informações pelas instituições
financeiras", que entre outros itens exige que os bancos informem "os
ganhos de eficiência esperados com o ato de concentração que possam
resultar em benefício aos usuários de produtos e de serviços
financeiros, explicitando aqueles derivados de economias de escala, de
economias de escopo, da introdução de novas tecnologias, da geração de
externalidades positivas e de sinergias, com a quantificação dos
respectivos valores".
Por fim, Feltrim informou que o Banco Central está aberto ao diálogo e
que sempre que solicitado receberá a Contraf-CUT e seus sindicatos.
BC além da inflação
Os dirigentes sindicais propuseram ainda ao secretário-executivo que o
BC precisaria ter outras tarefas que não só olhar para a inflação, mas
também se pautar por indicadores como, por exemplo, crescimento
econômico e geração de emprego e renda.
Feltrim respondeu que essas outras tarefas além de cuidar da inflação
não fazem parte da atribuição constitucional do Banco Central.
Fonte: Contraf-CUT
17/06/2012
23º Congresso aprova reivindicações específicas do funcionalismo do BB
Crédito: Jailton Garcia
300 delegados e 11 observadores participaram do 23º Congresso do BB
Rede de Comunicação dos Bancários (*)
A plenária final do 23º Congresso Nacional dos Funcionários do BB
aprovou neste domingo 17 as propostas para as negociações específicas
com o banco na Campanha Nacional 2012 relativas a emprego, remuneração,
saúde, condições de trabalho e segurança bancária, além do papel do
Banco do Brasil e do sistema financeiro nacional.
O Congresso reafirmou a estratégia da campanha nacional unificada. Isso
significa que a pauta específica do funcionalismo do BB será discutida
com o banco concomitantemente com a negociação da minuta nacional de
reivindicações da categoria, a ser aprovada pela Conferência Nacional
dos Bancários (de 20 a 22 de julho, em Curitiba) e depois negociada com
todos os bancos (inclusive o BB) na mesa única da Fenaban.
"Realizamos um grande debate representativo das bases da categoria. Não
resta a menor dúvida de que a partir do que construímos neste Congresso
teremos uma grande campanha salarial no BB, garantindo conquistas e
avançando nas reivindicações", avalia Carlos de Souza, vice-presidente
da Contraf-CUT e funcionário do BB.
A plenária deste domingo concluiu o amplo debate feito pelos quatro
grupos de trabalho que se reuniram no sábado para discutir Remuneração e
Condições de Trabalho, Saúde e Previdência, Organização do Movimento, e
Banco do Brasil e o Sistema Financeiro Nacional.
"O trabalho realizado pela Comissão de Empresa de sistematizar as
discussões e propostas vindas das encontros regionais e assembleias foi
de grande valor para o aprofundamento qualificado dos debates realizados
pelos grupos de discussão e pela plenária. A partir desse planejamento,
podemos construir uma pauta de itens com a participação democrática dos
funcionários e funcionárias do Banco do Brasil", acrescenta Wagner
Nascimento, representante da Fetraf-MG na Comissão de Empresa.
Participaram do 23º Congresso do BB, realizado de 15 a 17 de junho em
Guarulhos, na Grande São Paulo, 300 delegados (213 homens e 87 mulheres)
eleitos em encontros estaduais ou assembleias, além de 11 observadores
(sete homens e quatro mulheres).
(*) José Luiz Frare, Júnior Barreto e Rodrigo Couto
17/06/2012
28º Conecef aprova reivindicações específicas dos empregados da Caixa
Crédito: Augusto Coelho - Fenae
Delegados reafirmaram estratégia de campanha nacional unificada
Rede de Comunicação dos Bancários (*)
O 28º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal
(Conecef), que terminou na tarde deste domingo (17), aprovou as
reivindicações específicas e reafirmou a estratégia de campanha nacional
unificada da categoria. Participaram 321 delegados (210 homens e 111
mulheres), respeitando a cota de gênero de 30%, e 22 observadores. O
evento foi aberto na sexta-feira (15), no Hotel Caesar Park, em
Guarulhos (SP).
"Os delegados reforçaram a finalidade do Conecef para discutir e
deliberar sobre as especificidades dos empregados da Caixa, elaborando a
pauta de reivindicações a ser negociada com a empresa no processo de
negociação permanente e na mesa concomitante com a mesa da Fenaban na
Campanha Nacional dos Bancários", afirma Jair Ferreira, coordenador da
Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa).
100 mil empregados já!
Foi aprovado intensificar a luta por novas contratações para que a Caixa
atinja o quanto antes o mínimo de 100 mil empregados, tendo em vista a
substituição dos terceirizados e o aumento das demandas em razão da
ampliação dos programas sociais do governo federal. A adoção de uma
política de contratação de pessoal tem estreita relação com condições
dignas de trabalho, reforçando ainda o papel da Caixa como agente de
políticas públicas, sem negligenciar as funções de banco comercial.
O congresso reafirmou a luta pelo fim do trabalho gratuito, com a
jornada de 6h para todas as funções sem redução salarial e a extinção do
registro de horas negativas no Sistema de Ponto Eletrônico (Sipon).
Isonomia de direitos
Os delegados aprovaram como um dos pontos centrais da mobilização a
isonomia entre empregados novos e antigos, com a extensão da
licença-prêmio e do anuênio para todos os trabalhadores. Foi apontada
também a necessidade de intensificar a pressão no Congresso Nacional
pela aprovação do projeto de lei nº 6.259/2005, que dispõe sobre
isonomia nos bancos públicos federais.
Foi ainda deliberada a realização de um encontro nacional aberto pela
isonomia, que deve acontecer antes de setembro, em São Paulo.
Fim do assédio moral e melhorias no Saúde Caixa
O congresso aprovou também o fortalecimento da luta pelo respeito da
jornada de trabalho. "A extrapolação do horário de trabalho, o assédio
moral, as metas abusivas e a pressão por produtividade são elementos que
mais impactam negativamente na saúde do trabalhador e precisam ser
combatidos para melhorar as condições de trabalho e trazer qualidade de
vida aos empregados", destaca Plínio Pavão, diretor da Contraf-CUT.
Os delegados aprovaram a necessidade de ampliação dos serviços do Saúde
Caixa e o melhoramento da sua rede credenciada e a criação de um
programa de fornecimento de medicamentos com preços diferenciados, além
da otimização da gestão do plano. A proposta é que sejam criadas
estruturas específicas do Saúde Caixa e Saúde do Trabalhador, tendo no
mínimo uma por estado e com representação nas Superintendências
Regionais (SRs).
Foi referendada a importância da destinação do superávit do Saúde Caixa
para melhorias na cobertura de atendimento e na rede credenciada do
plano. Nos últimos quatro anos, o Saúde Caixa tem apresentado superávit
que supera os R$ 60 milhões, sendo R$ 20 milhões apenas a parte dos
empregados, faltando os 70% da empresa.
Mais democracia na gestão da Funcef
Os delegados aprovaram a exigência de mais democracia na gestão da
Funcef, sobretudo no que diz respeito ao fim do voto de minerva nas
instâncias de decisão (conselhos e diretoria). O movimento sindical
lutará tanto por ampliação das restrições estatutárias ao uso desse
instrumento antidemocrático como também por mudança na legislação, de
forma a promover a sua completa extinção.
Outras importantes deliberações foram a conclusão do processo de
incorporação do REB pelo Novo Plano, o fim das discriminações aos
participantes do REG/Replan não-saldado, a justiça às mulheres pré-79 e a
composição dos órgãos de gestão da Funcef apenas por empregados da
Caixa participantes da Fundação, dentre outras.
Foi aprovada a luta pelo reconhecimento por parte da Caixa do CTVA como
verba salarial para fins de aporte à Funcef. "Há uma grande preocupação
com o forte crescimento do passivo trabalhista, especialmente por conta
de CTVA, auxílio alimentação e cesta-alimentação. A Caixa precisa
assumir a sua responsabilidade e fazer o aporte correspondente nas
reservas matemática dos empregados, ao invés de jogar a conta para a
Funcef, prejudicando, assim, o benefício de todos os participantes",
destaca Antonio Fermino, novo conselheiro deliberativo eleito da Funcef.
Foi ainda aprovado a intensificação da campanha entre os empregados para que aumente o número de participantes da Funcef.
Mais seguranças nas agências e postos
Os delegados aprovaram a retomada do modelo de agência segura pela
empresa e a instalação de portas giratórias com detector de metais em
todos os estabelecimentos, a colocação de divisórias entre os caixas, a
proibição de transporte de valores por bancários e o fim do atendimento
de empregados no espaço dos caixas eletrônicos das agências.
Foi deliberado ainda que a Caixa cumpra fielmente o plano de segurança
aprovado pela Polícia Federal e não haja abertura das agências caso o
plano não seja cumprido em todos os seus pontos.
Eleição do representante dos empregados no Conselho de Administração
O congresso aprovou que não ocorram restrições à inscrição de candidatos
no processo eleitoral para a escolha do representante dos empregados no
Conselho de Administração da Caixa, previsto em lei e já regulamentado
pelo governo. "Atualmente, os estatutos da Caixa preveem que o candidato
seja no mínimo gestor há dois anos, o que retiraria cerca de 90% dos
empregos da disputa. A legislação permite alteração estatutária para
viabilizar a eleição, porém o próprio Conselho de Administração tem sido
contra a mudança proposta", ressalta Jair.
Organização do movimento
Foi aprovada a manutenção do atual modelo de realização do Conecef: os
delegados são eleitos em fóruns preparatórios de caráter regional ou
estadual, na proporção de 1 para 300 empregados por estado, garantindo a
cota de gênero de 30% e a representação de aposentados.
Também foi reafirmada a proposta de realização do Conecef no primeiro semestre de cada ano, preferencialmente até 30 de abril.
Em relação à composição da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa)
houve a manutenção do formato atual: um representante de cada
federação, um representante da Contraf-CUT e por um representante dos
aposentados indicado pela Fenacef.
(*) Renata Bessi, Evando Peixoto, Priscila e Antonio José
Fonte: Contraf-CUT