Um protesto organizado pelo SindBancários, contou com a presença dos Dirigentes Sindicais da Articulação Bancária para denunciar inúmeras despedidas imotivadas que ocorreram no último período no banco Bradesco. O ato realizado em frente à Agência Oswaldo Cruz, no centro de Porto Alegre, reuniu funcionários, bancários e dirigentes sindicais, e marcou o início de uma série de medidas que visam cessar estas despedidas infundadas por parte do Bradesco.
A distribuição de uma Carta Aberta direcionada ao público geral e principalmente aos clientes do banco, visa esclarecer que é completamente descabida a despedida de funcionários, enquanto a demanda das unidades é cada vez maior, fazendo com que a qualidade do atendimento seja prejudicada e o tempo de espera nas filas seja cada vez maior. O banco precisa urgentemente rever esta política de demissões que se torna absurda, tendo em vista o gigantesco lucro de R$ 2,7 bilhões obtido pelo Bradesco no primeiro trimestre de 2011.
Para o Diretor do SindBancários Edson Rocha, funcionário do Bradesco, o banco precisa avançar nas questões sociais direcionadas aos funcionários, ao contrário desta política de despedidas sem motivação. “Vamos cobrar do banco a sua responsabilidade social. Se for preciso vamos fechar agências para demonstrar que estamos atentos à violência e ao descaso com que o Bradesco trata seus funcionários e clientes”, declarou Rocha.
A diretora do SindBancários e também funcionária do Bradesco Geovana Freitas, manifestou a sua indignação contra as demissões desmotivadas, que atingiram principalmente funcionários com mais de 25 anos de trabalho prestados ao banco e com idade superior a 40 anos, que poderiam conquistar a estabilidade da pré-aposentadoria. “É realmente lamentável que um banco com o tamanho do Bradesco, e que na mídia se diz “completo”, possa cometer este tipo de descaso com funcionários que dedicaram quase uma vida de bons serviços à empresa, com a justificativa torpe de redução de custos”, enfatiza Geovana.
Para Pedro Loss, funcionário do BB e também diretor do SindBancários, o Bradesco carece de políticas sociais voltadas para seus funcionários, onde temas como por exemplo bolsa educação, entre outros, pudessem ser debatidos e implantados. “Trabalhadores são explorados através de metas completamente inatingíveis e quando não conseguem mais alcançá-las são simplesmente despedidos, contrariando o que se poderia esperar diante de um faturamento de R$ 2,7bilhões em apenas três meses do ano”, argumentou Loss.
Para Tiago Vasconcelos, empregado da CAIXA e Diretor do SindBancários, a atual prática de gestão de recursos humanos do Bradesco é direcionada para a aquisição de pessoal com curso superior, baixa contratação de negros e pessoas que apresentem alguma deficiência física. “Hoje o Bradesco é o verdadeiro reflexo da política de abuso praticada livremente pelo sistema financeiro em nosso país. Contratam menos trabalhadores, as mulheres ganham menos que os homens, negros raramente são efetivados, além das poucas oportunidades dadas aos portadores de deficiência física”, manifestou Tiago.
Lembramos que a Convenção 158 da OIT, impede que as empresas façam demissões imotivadas, mas o acordo foi rompido pelo governo brasileiro após o decreto 2.100, de 1996, assinado pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso.
Texto: Movimento Sindical cobra Bradesco por despedidas imotivadas
Por: Jorge Lucas (Articulação Bancária de Porto Alegre – SindBancários)
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