14/02/2012
Banco do Brasil apresenta lucro recorde de R$ 12 bilhões em 2011
Agência Estado
Altamiro Silva Júnior
SÃO PAULO - O Banco do Brasil anunciou lucro líquido recorde de R$ 12,1
bilhões em 2011, crescimento de 3,6% em relação a 2010. O desempenho
corresponde a retorno anualizado sobre o patrimônio líquido (RSPL) de
22,4%. O resultado recorrente alcançou R$ 11,8 bilhões, evolução de
10,2% sobre o ano anterior.
O lucro líquido do quarto trimestre caiu 25,7%, para R$ 2,972 bilhões,
na comparação com o de R$ 4,002 bilhões do mesmo intervalo de 2010. Em
relação ao terceiro trimestre de 2011, em que o banco registrou lucro
líquido de R$ 2,891 bilhões, houve alta de 2,8%.
O Banco do Brasil registrou lucro recorrente de R$ 3,025 bilhões no
quarto trimestre de 2011, o que representa uma queda de 18,3% ante os R$
3,704 bilhões anotados no mesmo intervalo de 2010. Já na comparação com
o terceiro trimestre de 2011 o dado apresenta um crescimento de 17,6%
sobre os R$ 2,573 bilhões daquele período, conforme relatório financeiro
da instituição, divulgado há pouco.
Crédito
A carteira de crédito em conceito ampliado, que inclui garantias
prestadas e os títulos e valores mobiliários privados, somou R$ 465,1
bilhões em 2011, evolução de 19,8% em 12 meses. Segundo o banco, a
expansão da carteira de crédito aconteceu principalmente por conta do
crescimento das concessões para financiamento ao consumo, micro e
pequenas empresas, agronegócio e o crédito no exterior.
O financiamento imobiliário foi o destaque de crescimento nas operações
de crédito do Banco do Brasil no quarto trimestre e no ano de 2011. Na
pessoa física, a carteira encerrou dezembro com saldo de R$ 6 bilhões,
expansão de 104% em 12 meses.
Somente no quarto trimestre, o banco desembolsou R$ 1 bilhão em novos
financiamentos habitacionais para a pessoa física, expansão de 96,5% em
12 meses. A carteira total de crédito de pessoas físicas encerrou
dezembro em R$ 130,6 bilhões, expansão de 15,5% ante o mesmo mês de 2010
e de 3,8% ante setembro do ano passado.
Já a carteira de pessoa jurídica cresceu mais, com expansão de 19% no
ano e de 5,6% no trimestre. De acordo com o BB, o segmento foi
impulsionado pelos empréstimos a médias e grandes empresas, com
destaques para as linhas tradicionais, como capital de giro, e via
emissão de papéis privados, como debêntures. Também se destacou o
segmento de micro e pequenas empresas, com expansão de 19,5% em relação
ao observado em dezembro de 2010 e 9,2% frente a setembro último.
Já a carteira de crédito do agronegócio encerrou o trimestre com saldo
de R$ 89,4 bilhões, o que corresponde a crescimento de 6,7% ante o
terceiro trimestre de 2011 e de 18% em doze meses.
Os ativos totais do BB fecharam dezembro em R$ 981,2 bilhões, aumento de
21,0% em relação a dezembro de 2010 e de 3,3% sobre o final do
trimestre anterior.
O patrimônio líquido cresceu 15,8% e ficou em R$ 58,416 bilhões. O
índice de Basileia em dezembro era de 14,0% ante 14,1% em igual mês de
2010.
13/02/2012
Contraf-CUT cobra retomada das negociações com Banco do Brasil
A Contraf-CUT enviou nesta segunda-feira (13) à direção do Banco do Brasil uma carta reivindicando retomada das negociações com o banco. Os principais pontos na pauta dos bancários são: jornada e plano de cargos; Programa Sinergia 2012; relacionamento com Banco Postal; implantação do PSO (Plataforma de Suporte Operacional) nas agências.
"Nossa data indicativa para o início das negociações é 27 de fevereiro. Apesar de todas as mudanças na diretoria do BB, o banco precisa retomar imediatamente as negociações, como um demonstrativo aos funcionários de que não está interessado somente nos lucros astronômicos", afirma Eduardo Araújo, coordenador da Comissão de Empresa (COE) dos Funcionários do BB.
Na quinta-feira (9) a COE se reuniu em Brasília e deliberou 6 de março como o Dia Nacional de Luta dos Funcionários do BB. "Nossa luta é principalmente pelo respeito à jornada de trabalho do bancário e por negociações para um Plano de Cargos digno", adianta Araújo.
Segundo o coordenador da COE, os sindicatos receberão as orientações nos próximos dias para a organização do Dia de Luta. "Vamos ficar mobilizados para que o BB respeite todas as conquistas da Campanha Nacional 2011", afirma Araújo.
Fonte: Contraf-CUT
10/02/2012
Contraf-CUT negocia e cobra da Caixa solução para problemas nas Ret/PVs
Crédito: Fenae
Bancários retomaram negociações permanentes com a Caixa
Na primeira rodada deste ano das negociações permanentes com a Caixa
Econômica Federal, realizada nesta sexta-feira (10), em Brasília, a
Contraf-CUT, federações e sindicatos, com a assessoria da Comissão
Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), voltaram a cobrar uma solução para
os problemas que os empregados pelo Brasil afora vêm enfrentando depois
da retomada, pela empresa, das Ret/PVs - a chamada retaguarda das
unidades.
A luta do movimento nacional dos empregados é para por fim à
concentração e ao crescimento da carga de trabalho nas unidades de
ponta, provocadas, sobretudo, pela carência de pessoal.
Na reunião, a Contraf-CUT lembrou que a esmagadora maioria dos
empregados das retaguardas continua sobrecarregada, existindo situações
em que os tesoureiros, por exemplo, se desdobram para ajudar no
atendimento, muitas vezes sozinhos, sendo obrigados a transportar
dinheiro e abastecer os terminais de caixa eletrônico, além das
atividades pertinentes às suas funções.
Em muitas unidades, tesoureiros e Técnicos de Operação de Retaguarda
(TORs) estão assumindo funções semelhantes, o que configura uma
irregularidade, dado o caráter distinto de suas atividades.
Outros problemas recorrentes, segundo as denúncias levadas para a mesa
de negociações pelos representantes dos empregados, são a falta de
segurança e o espaço físico inadequado de agências e PABs, situações
incompatíveis com condições dignas de trabalho. A Caixa reconheceu a
natureza estressante das atividades dos tesoureiros, admitindo ser
preciso priorizar a questão da segurança.
Em relação às retaguardas, a Caixa informou que as agências vão passar
por um processo de dimensionamento. O quantitativo a ser dimensionado é
de 5.738 pessoas, mas há ainda a necessidade de alocação de pelo menos
400 novas vagas para as Rerets.
Esse processo ainda está sendo concluído, mas já foi tomada a decisão de
contratar 418 novos bancários. Segundo a Caixa, as unidades que
estiverem fora das Ret/PVs terão alguns de seus serviços centralizados,
para diminuir a carga de trabalho. A empresa também pretende automatizar
processos.
A Contraf-CUT deixou claro que a solução para as demandas das
retaguardas passa por dimensionar a rotina de trabalho e de atividades
da área, com base nas peculiaridades locais. Foi reivindicada a
valorização da carreira para os empregados que serão atingidos pelo
modelo de Ret/PV a ser implantado, de modo a que sejam evitadas
situações como as do não cumprimento do horário de almoço, a
extrapolação da jornada sem registro correto, os descontos de valores
por falhas tecnológicas do sistema e as relacionadas às férias
interrompidas.
Para Jair Pedro Ferreira, coordenador da CEE/Caixa e vice-presidente da
Fenae, é fundamental a mobilização dos trabalhadores neste início de
ano, para reforçar as reivindicações nas negociações permanentes com a
empresa.
PCS: promoção por mérito
A Caixa pretende revisar o modelo em vigor. Uma proposta consolidada
será apresentada pela empresa nos próximos dias 6 e 7 de março, quando
se reúne a comissão composta por representantes do banco e dos
empregados, com o propósito de definir as regras para a avaliação da
promoção por mérito referente ao ano-base 2012 e aos critérios a serem
adotados em 2013.
A Contraf/CUT cobrou uma averiguação do que foi conseguido implantar no
ano passado, já que essa análise é imprescindível para corrigir
eventuais problemas.
Foi denunciada a existência de casos de empregados que não conseguem
receber o delta porque estão impossibilitados de fazer os cursos de
qualificação disponibilizados pela Universidade/Caixa, devido,
principalmente, à falta de tempo para acessar a intranet do banco e
efetuar a inscrição.
A reivindicação da Contraf/CUT é para que haja isonomia na distribuição
de deltas, de modo a que nenhum empregado venha a ser prejudicado. O
percentual a ser distribuído será divulgado pela empresa logo depois do
carnaval.
Os representantes dos empregados defendem que o processo de distribuição
de deltas seja permanentemente aperfeiçoado. A Universidade/Caixa, por
outro lado, é vista como uma boa ferramenta de avaliação, desde que
sejam criadas condições para que os empregados façam os cursos no
horário normal de sua jornada. Inovações precisam ser adotadas na trilha
da Universidade/Caixa, para modificação ou inclusão de itens, com
possibilidade de mudança do peso atribuído a essa forma de avaliação.
Também está em estudo mudanças na descrição dos critérios subjetivos e
objetivos, com a finalidade de melhorá-los cada vez mais. O
aprimoramento desses critérios é necessário para evitar injustiças e
favorecimentos indevidos, de modo a que o maior número possível de
trabalhadores evolua na carreira. A Contraf/CUT luta para que o bancário
se envolva de forma mais efetiva no processo sobre a dinâmica da
avaliação.
Horas extras
O excesso de horas extras sobrecarrega os empregados na rede de
agências. A Contraf/CUT - CEE/Caixa lembrou que o cumprimento de uma
jornada além do horário convencional coloca em risco a saúde do
trabalhador, que fica exposto a erros pela carga excessiva de trabalho, e
compromete a segurança da agência como um todo.
Foi denunciado, por exemplo, que gestores vêm pressionando os empregados
a fazerem a compensação das horas trabalhadas a mais de forma vinculada
à política de metas abusivas cobradas pelo banco, existindo situações
em que o bancário deixa o serviço de lado para bater o ponto.
A Contraf/CUT também contestou a posição da Caixa de subordinar a
compensação de horas extras ao AVGestão, pois isto sobrecarrega ainda
mais os empregados. Foi lembrado que situações como essa ocorrem devido,
sobretudo, à falta de trabalhadores nas unidades.
CCV específica sobre 7ª e 8ª hora
A Caixa apresentou uma minuta aos representantes dos empregados, e a
proposta é firmar um termo aditivo às Comissões de Conciliações
Voluntárias (CCVs) já existentes. A previsão é de que esse processo seja
implantado no início de março.
O compromisso assumido anteriormente previa a implantação da CCV para os
empregados da ativa que quisessem reivindicar direitos referentes à 7ª e
8ª hora dos cargos de natureza técnica, tendo como base o mês de
setembro de 2011. O movimento deixou claro, no entanto, que não aceita
nada além daquilo que estiver acordado entre as partes.
Modelo de PLR
Será realizada em março uma reunião da comissão paritária a ser formada
por representantes dos trabalhadores e da empresa, com o propósito de
debater uma proposta específica de modelo de Participação nos Lucros e
Resultados (PLR) na Caixa, respeitando-se a regra básica acordada com a
Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).
Aposentados
Foi cobrada uma solução para os problemas ainda existentes em relação ao
pagamento indevido de tarifas bancárias pelos aposentados. A Caixa
também demora em alterar o valor das taxas de juros do cheque, o que vem
prejudicando o segmento.
Pressionada a esse respeito, a empresa assumiu o compromisso de devolver
tudo aquilo que for debitado indevidamente. Também será feito o estorno
para os casos já ocorridos. A ideia da Caixa é resolver definitivamente
essa situação até o dia 8 de março.
Sistema de Ponto Eletrônico
A Contraf/CUT voltou a reivindicar a extinção do registro de horas
negativas do Sistema de Ponto Eletrônico (Sipon), assim como a adoção de
login único para acesso aos sistemas corporativos.
Em resposta a essa reivindicação, a Caixa informou que o processo
relativo ao login único está praticamente pronto, com implantação tão
logo seja concluída a avaliação por desempenho da promoção por mérito. A
previsão é de que isto ocorra no inicio de março.
Ficou acertada ainda que a reunião do GT Sipon, com participação
paritária de representantes dos trabalhadores e da empresa, será
realizada em meados de março.
Compensadores
A Contraf/CUT reivindicou que a incorporação do adicional noturno seja
estendida a todos os empregados que trabalhavam na extinta área de
compensação de cheques, e não só àqueles com no mínimo 10 anos no
exercício da função. Há casos de bancários que recebem o benefício,
apesar de não possuírem os 10 anos de função. Hoje, há 120 empregados
nessa situação.
A Caixa ainda estuda internamente a possibilidade de atender essa
reivindicação, pendente desde fevereiro do ano passado. Na próxima
rodada de negociações permanentes, a empresa se posicionará sobre o
assunto.
Protocolo de combate ao assédio moral
Os problemas permanecem. Isto porque a Caixa não vem dando a importância
devida para os casos denunciados de empregados ainda vítimas de assédio
moral. Ao protestar contra essa situação, a Contraf/CUT cobrou o fim
destas práticas e lembrou que a empresa é uma das signatárias de um
acordo específico de combate ao assédio moral firmado no âmbito da
Fenaban, conhecido como Protocolo para Prevenção de Conflitos no
Ambiente de Trabalho.
A Caixa, por outro lado, alegou que a solução para os casos considerados
como assédio moral passa por um rito. Segundo a empresa, as situações
denunciadas são encaminhadas a uma comissão de ética, que se encarrega
depois de apresentar proposta para resolver o problema.
A representação nacional dos empregados deixou claro, no entanto, a
impossibilidade de ser adotada uma proposta-padrão, argumentando que os
sindicatos não podem ficar sem uma resposta para os casos denunciados ou
então dependentes de uma proposta insatisfatória.
Foi reafirmado à Caixa que o acordo de combate ao assédio moral prevê
que, recebida a denúncia, o prazo é de 60 dias corridos para apurar o
caso e prestar esclarecimentos ao sindicato. Essa denúncia é apresentada
de forma anônima pelos bancários, e não tem como abrir mão disso.
Ocorre que, na maioria das vezes, a Caixa não vem cumprindo os prazos
estabelecidos pelo Protocolo para Prevenção de Conflitos no Ambiente de
Trabalho.
Representante no Conselho de Administração
Reunido recentemente, e apesar de essa decisão não contar com o aval do
Conselho Diretor, o Conselho de Administração da Caixa rejeitou a
proposta de alteração do estatuto do banco, para permitir que empregados
que não tenham ocupado função de gestor possam concorrer ao cargo.
Houve protesto quanto à recusa da Caixa em atender uma reivindicação
considerada legítima pelo movimento nacional dos bancários. Essa
exigência, na avaliação da Contraf/CUT, é absurda ao deixar de fora
praticamente 90% dos trabalhadores da empresa. E, nesse caso, os
empregados repudiam a adoção de qualquer medida restritiva.
A representação nacional dos empregados lembrou ainda que a lei nº
12.353, sancionada em dezembro de 2010, pelo então presidente Luiz
Inácio Lula da Silva e regulamentada pela presidenta Dilma em março de
2011, propicia grande salto no processo de democratização da gestão das
empresas públicas, contribuindo para a melhoria da condução do
patrimônio público.
O impasse no encaminhamento do processo eleitoral para a escolha de
representantes dos empregados para o Conselho de Administração foi
estabelecido depois que a Caixa decidiu adotar regras restritivas e não
previstas na legislação.
Para que essa conquista histórica seja consolidada, a Contraf/CUT
conclama a direção do Caixa a abrir mão de pré-requisitos inadequados,
não mais protelando a implantação da medida no âmbito do banco.
Fonte: Contraf-CUT com Fenae