03/01/2012
Inscrições para bolsas de graduação do Santander terminam nesta sexta
Termina nesta sexta-feira, dia 3 de fevereiro, o prazo de inscrições
para o Programa de Bolsas de Graduação de 2012 do Santander. A
iniciativa é destinada aos funcionários que estão cursando ou desejam
iniciar a primeira graduação de nível superior. O auxílio-educação é de
50% do valor da mensalidade, limitado a R$ 410 por mês.
O direito está previsto no acordo aditivo do Santander à convenção
coletiva, assinado entre a Contraf-CUT, federações e sindicatos com a
direção do banco espanhol.
"Conquistamos em 2011 o aumento do total de bolsas, passando de 2.000
para 2.300, com a aplicação do reajuste salarial no valor da
mensalidade", destaca o funcionário do Santander e secretário de
imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr. "Trata-se de uma importante
conquista, mas precisamos avançar nas negociações deste ano, a fim de
incluir cursos de pós-graduação, diante da necessidade de ampliar a
qualificação profissional dos trabalhadores", aponta.
Quem pode participar
Para se inscrever, o funcionário deve ter no mínimo quatro meses de
vínculo empregatício, não ter graduação completa ou formação tradicional
em nível superior e escolher um dos cursos nas áreas de exatas e
humanas, com duração mínima de dois anos, reconhecidos pelo MEC -
Ministério da Educação.
Caso haja mais inscritos do que bolsas disponíveis, serão aplicados os
critérios de desempate, como menor salário, maior tempo de casa e maior
número de filhos.
Como se inscrever
As inscrições podem ser feitas pela intranet do banco, no seguinte caminho:
Intranet > As Pessoas > Autoatendimento > Benefícios >
Solicitar Reembolso > Bolsa de Graduação > Solicitar Bolsa.
Após o final do prazo de inscrições, o funcionário receberá entre os
dias 7 e 10 de fevereiro o retorno do seu pedido pelo endereço
eletrônico rhpoliticasedu@santander.com.br.
Para saber mais sobre o Programa de Bolsas de Graduação, o funcionário deve acessar:
Você e a Organização > Seu Desenvolvimento > Educação > Graduação Universitária.
Fonte: Contraf-CUT
02/02/2012
3º Congresso da Contraf-CUT começa em 30 de março, em Guarulhos
Crédito: Contraf-CUT
Direção Nacional aprovou datas, temátio e critérios de participação no congresso
O 3º Congresso da Contraf-CUT acontecerá nos dias 30 e 31 de março e 1º
de abril, em Guarulhos (SP). A data foi aprovada por unanimidade na
manhã desta quinta-feira (2), em reunião da Direção Nacional da
Confederação, em São Paulo. Também foi definido o temário e os critérios
para eleição de delegados pelos sindicatos e federações, de acordo com
os estatutos.
"Foi o primeiro passo para realizarmos um grande congresso, com a visão
de fortalecer a organização e a mobilização dos trabalhadores do ramo
financeiro e da classe trabalhadora para os próximos três anos", avalia
Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.
"Estamos atravessando um momento histórico no Brasil e no mundo, com
grandes oportunidades e desafios. Para tanto, precisamos avaliar a
conjuntura, fazer um balanço da nossa gestão, definir estratégias e
posicionar o movimento sindical para disputar nos rumos do país na
perspectiva de garantir desenvolvimento e avanços econômicos e sociais",
sustenta.
No congresso, que ocorrerá no Hotel Slaviero Executive Guarulhos (Rua
Rafael Balzini, 32), será eleita a direção da Contraf-CUT para o triênio
de 2012-2015.
Temário
Os temas centrais para os debates durante o 3º Congresso serão:
1. Conjuntura Nacional e Internacional
2. Balanço da Gestão
3. Estratégia da Contraf-CUT
- Disputar os rumos da sociedade
- Lutar por trabalho decente
- Definir os rumos do movimento sindical
- Atualizar o projeto político e organizativo da Contraf
- Atualizar o modelo de negociação da Contraf
- Construir a autonomia financeira da Contraf
- Construir alianças sociais no mundo - política internacional
Nos próximos dias, a Executiva da Contraf-CUT irá encaminhar um texto-base aos sindicatos para orientar as discussões.
Delegados
Os sindicatos têm prazo até o dia 29 de fevereiro para realizar
assembleias para eleição dos delegados para o evento, conforme os
seguintes critérios de representação:
- Um delegado para cada 1.000 sócios ou fração igual ou superior a 500, garantindo no mínimo um por sindicato.
- Um delegado para cada federação filiada ou orgânica à CUT
Serão considerados delegados natos os 19 membros da Executiva da
Contraf-CUT e os representantes do ramo financeiro na Executiva Nacional
da CUT.
As oposições reconhecidas pela CUT também têm direito à participação.
Pré-congressos
Ficou definida também a realização de pré-congressos em cada federação
filiada ou orgânica da CUT, com a participação dos delegados eleitos.
Trata-se de uma inovação, visando ampliar os debates e fortalecer a
participação dos estados
Confira o calendário dos pré-congressos:
- Feeb RJ/ES: 1º de março
- Fetec SC: 7 de março
- Fetec PR: 8 de março
- Fetrafi RS: 9 de março (a confirmar)
- Fetraf MG: 13 de março
- Fetec CN : 15 de março
- Fetrafi NE: 20 de março
- Fetec SP: 22 de março
Comissão Organizadora
A Direção Nacional da Contraf-CUT ainda escolheu os cinco integrantes da
Comissão Organizadora do 3º Congresso, conforme estabelece o estatuto,
que será formada por:
- Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo;
- Almir Aguiar, presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro;
- Eduardo Araújo, diretor do Sindicato dos Bancários de Brasília;
- Ronaldo Zeni, diretor da Fetrafi-RS;
- Carlos Eduardo Bezerra Marques, presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará e da Fetrafi-NE.
Fonte: Contraf-CUT
31/01/2012
Lucro do Bradesco aumenta 14,2% e atinge R$ 11,19 bilhões em 2011
O Bradesco encerrou 2011 com lucro líquido ajustado de R$ 11,19 bilhões,
o que representa um crescimento de 14,2% em relação ao resultado do ano
anterior (R$ 9,804 bilhões). O quarto trimestre do ano apresentou ganho
de R$ 2,726 bilhões, uma queda de 8,7% em relação mesmo período de 2010
e de 3,2% na comparação com os três meses imediatamente anteriores.
"Esse lucro fantástico do banco é resultado, sobretudo, das altas taxas
de juros praticadas no Brasil, sem contrapartidas sociais", aponta
Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT. "Os números comprovam que o
banco têm plenas condições para valorizar os seus trabalhadores, como a
elevação dos pisos salariais e o atendimento da pauta específica de
reivindicações", destaca.
Com esse lucro, o Bradesco só ficou atrás dos resultados de Itaú (R$
11,708 bilhões) e Banco do Brasil (R$ 11,296 bilhões), ambos em 2010.
Entre os dez maiores lucros anuais da historia dos bancos brasileiros,
quatro são do Bradesco. Itau e Banco do Brasil têm três cada um.
Números
O segundo maior banco privado do Brasil tinha valor de mercado de R$
106,971 bilhões em 31 de dezembro, e os ativos totais somava R$ 761,533
bilhões - um avanço de 19,5% em 12 meses.
As receitas com prestação de serviços somaram R$ 4,086 bilhões de
outubro a dezembro, um crescimento de 14,5% na comparação com igual
intervalo no ano anterior. A margem financeira total do banco cresceu
13,8% no período, para R$ 10,258 bilhões.
A carteira de crédito total do Bradesco encerrou dezembro em R$ 345,724
bilhões, 17,1% maior do que um ano antes. As operações com pessoas
físicas totalizaram R$ 108,671 bilhões (alta de 10,6%), enquanto as
operações com pessoas jurídicas atingiram R$ 237,053 bilhões
(crescimento de 20,4%).
O banco prevê que a carteira de crédito crescerá entre 18% e 22% neste
ano, mais rápido do que em 2011, na esperança de uma sólida recuperação
da economia durante a segunda metade do ano, informou o banco nesta
terça-feira (31).
A provisão para devedores duvidosos somou R$ 19,540 bilhões de outubro a dezembro, 20% maior que a de igual período em 2010.
O índice de inadimplência, medido pelo saldo de operações vencidas com
prazo superior a 90 dias, foi de 3,9%, ante 3,6% doze meses antes. Nos
últimos três meses de 2011, as despesas do banco com provisões para
perdas com crédito somaram R$ 2,661 bilhões, ante R$ 2,295 bilhões no
último trimestre do ano anterior.
O patrimônio líquido do Bradesco subiu 15,7% entre 2010 e 2011 e fechou o
ano passado em R$ 55,582 bilhões. Segundo relatório do banco, o índice
de Basileia pelo capital de referência Tier 1 fechou 2011 em 12,4%, 0,07
ponto percentual abaixo do quarto trimestre de 2010.
Fonte: Contraf-CUT com Terra, Reuters e Valor Econômico
31/01/2012
Incorporação do REB ao Novo Plano da Funcef ainda segue pendente
Crédito: Fenae
Conselho Deliberativo da Funcef aguarda manifestação do Ministério da Fazenda
As entidades associativas e sindicais e os representantes eleitos pelos
associados para os órgãos de gestão da Funcef exercem pressão permanente
sobre a patrocinadora e órgãos governamentais pela conclusão do
processo de incorporação do REB ao Novo Plano.
O assunto voltou a ser abordado pelos conselheiros deliberativos
eleitos, durante a última reunião do colegiado, ocorrida na última
quarta-feira (25), em Brasília. A informação dos representantes da Caixa
Econômica Federal foi de que a conclusão do processo segue pendente de
manifestação do Ministério da Fazenda.
A proposta de incorporação do REB ao Novo Plano está em análise naquele
Ministério desde o início de 2010. O órgão condicionou sua manifestação
favorável à incorporação a ajustes em algumas disposições
regulamentares. A solicitação foi prontamente atendida no âmbito da
Funcef, mas, até o momento, o Ministério da Fazenda ainda não se
pronunciou.
Antes de seguir para os órgãos de controle, a proposta de incorporação
foi aprovada pela Diretoria Executiva e pelo Conselho Deliberativo da
Funcef, assim como pelas instâncias da Caixa - Conselho Diretor e
Conselho de Administração.
Por se configurar como alteração no regulamento do plano de benefícios, a
proposta de incorporação do REB pelo Novo Plano depende, legalmente, de
aprovação nos seguintes órgãos/instâncias: Conselho Deliberativo da
Funcef, Conselho Diretor e Conselho de Administração da Caixa
(patrocinadora), Ministério da Fazenda, Departamento de Coordenação e
Governança das Empresas Estatais (Dest) do Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão e Superintendência Nacional de Previdência
Complementar (Previc).
A Funcef tem envidado esforços para aprovar a incorporação do REB ao
Novo Plano, por entender que a proposta atende aos anseios dos
participantes e cumpre todas as exigências legais. Mas, apesar de exigir
a aprovação dos órgãos de controle da Caixa, a legislação não
estabelece prazo para que o Ministério da Fazenda se posicione acerca de
propostas de alteração regulamentar de plano de benefícios.
Após a aprovação do Ministério da Fazenda e do Dest, a proposta poderá
ser encaminhada à Previc, a quem compete a apreciação final das novas
regras. Neste caso, a legislação prevê o prazo de 90 dias para o órgão
se manifestar sobre a mudança.
Fonte: Contraf-CUT com Fenae
31/01/2012
Lucro do Santander Brasil cresce 5,1% e alcança R$ 7,75 bilhões em 2011
O Santander Brasil registrou lucro líquido de R$ 7,755 bilhões em 2011, o
que representa um crescimento de 5,1% em relação a 2010, seguindo o
padrão contábil internacional, o IFRS. No quarto trimestre do ano
passado, o banco espanhol lucrou R$ 1,799 bilhão, o que significa uma
queda de 0,2% ante o terceiro trimestre de 2011. O balanço foi divulgado
na manhã desta terça-feira (31).
"Com esse lucro estrondoso, que aumentou a liderança do Brasil na
participação no lucro mundial para 28%, o banco não tem desculpas para
deixar de atender as justas reivindicações dos funcionários e
aposentados", destaca o funcionário do Santander e secretário de
Imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr. "Esse resultado é, acima de
tudo, fruto do empenho e dedicação dos trabalhadores, submetidos à
pressão de metas abusivas, assédio moral e sobrecarga de trabalho, o que
precisa mudar, a fim de que haja respeito, valorização profissional e
dignidade", aponta.
A carteira de crédito ampliada do banco fechou o ano em R$ 208,9
bilhões, alta de 4,8% ante o terceiro trimestre e de 21,3% em 12 meses.
Os ativos totais somaram R$ 400 bilhões em dezembro, queda de 3,6% na
comparação com o terceiro trimestre de 2011 e elevação de 6,7% frente
aos R$ 374,663 bilhões do final de 2010.
O banco fechou o quarto trimestre com patrimônio líquido final de R$
78,032 bilhões, alta de 1,4% ante os R$ 76,992 bilhões do terceiro
trimestre de 2011 e de 6,4% ante os R$ 73,364 bilhões do final de 2010.
Lucro no mundo
O Santander apresentou lucro líquido de 5,35 bilhões de euros (US$ 7
bilhões) no fechado de 2011, queda de 35% após o banco espanhol assumir
provisões adicionais contra a deterioração de ativos imobiliários. Ao
contrário de seus concorrentes na Espanha, o Santander mostra que tem
condições de absorver maiores provisões graças às operações fora do
país.
A Espanha responde por apenas cerca de 10% do lucro do grupo. Em 2011, a
América Latina, liderada pelo Brasil, responde por 51% do lucro do
grupo, puxado pelo Brasil que soma 28%. O banco ganhou em 2011 na
América Latina 4,6 bilhões de euros, 1,4% menos na comparação com os 4,7
bilhões de euros de 2010.
O maior banco da zona do euro foi a mais recente instituição da Espanha a
anunciar que iria destinar capital para cobrir sua exposição ao setor
imobiliário, antes de exigências do governo para que os bancos elevem
suas provisões. O Santander informou que vai separar 3,2 bilhões de
euros em provisões extraordinárias.
O lucro líquido recorrente da instituição foi de 7,02 bilhões de euros
no ano passado, 14% menor que o apurado em 2010 e em linha com as
estimativas de analistas. A margem financeira líquida, enquanto isso
subiu 5,5%, para 30,8 bilhões de euros.
Por países, o Brasil foi novamente o que mais forneceu aos resultados da América Latina.
Atrás do País aparece o México, onde o grupo registrou lucro de 936
milhões de euros, 40% a mais que em 2010, enquanto que no Chile o
Santander ganhou 611 milhões de euros, o que representa 9% menos.
Na Argentina, o banco presidido por Emilio Botín obteve lucro líquido de
287 milhões de euros, valor 2,7% menor do que o recebido em 2010,
enquanto que no Uruguai ganhou 20 milhões de euros, 70,3% a menos.
A Colômbia registrou lucro líquido de 58 milhões de euros, 43% a mais no
período. Em Porto Rico, o lucro alcançou 34 milhões de euros, o que
representa 10,1% menos que há um ano.
Além da América Latina, a presença do Santander na América inclui os
negócios nos Estados Unidos, onde o Sovereign Bank obteve lucro de 526
milhões de euros, 24% mais que os 424 milhões de euros de 2010.
Durante 2011, todas as margens do negócio aumentaram na América Latina,
principalmente os juros, que alcançaram 16,4 bilhões de euros, 12,2% a
mais que no ano anterior. A margem bruta aumentou 8,5%, para os 22,4
bilhões de euros, enquanto que o líquido (o que melhor reflete o negócio
puro bancário) subiu 6,5%, para os 13,5 bilhões de euros.
A margem líquida do Brasil aumentou 10,6%, para os 9,963 bilhões de
euros, enquanto que no México caiu 3,3%, para 1,3 bilhão de euros.
Durante 2011, a taxa de inadimplência da América Latina alcançou 4,32%,
superior a 4,11% de um ano antes. A taxa de inadimplência do Brasil foi
de 5,38%, contra 4,91% de 2010.
Na América Latina, o Santander fechou o ano com 91.887 funcionários e
6.046 agências, sendo que no Brasil contabilizou 54.602 empregados,
2.355 agências e 1.420 PABs.
Fonte: Contraf-CUT com Terra e EFE
27/01/2012
Oficina dos bancários no FST reforça regulação do sistema financeiro
Crédito: Seeb Porto Alegre
Rocha, Rachel, Ademir e Maria Alejandra, na mesa de abertura
"A regulamentação do sistema financeiro deve atender os interesses da
sociedade e não os dos bancos." A avaliação é da professora e economista
da Unicamp, Maria Alejandra Madi, que fez palestra durante a oficina
"Outro Sistema Financeiro é Preciso", realizada na tarde desta
sexta-feira (27), no auditório da Casa dos Bancários, em Porto Alegre,
dentro da programação do Fórum Social Temático (FST) 2012, que tem como
tema "Crise Capitalista, Justiça Social e Ambiental".
Mais de 50 pessoas participaram da atividade, promovida pela Contraf-CUT
em parceria com o Sindicato dos Bancários de Porto Alegre
(SindBancários), Fetrafi-RS e CUT-RS. Estiveram presentes dirigentes
sindicais do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Rio de Janeiro.
A mesa da abertura foi integrada pelo secretário de imprensa da
Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr, a presidenta em exercício do
SindBancários, Rachel Weber, e o diretor de formação da Fetrafi-RS,
Carlos Augusto Rocha.
"Desde o início do Fórum Social Mundial, em 2001, os bancários vêm
cobrando a regulamentação do sistema financeiro. Este ano não podia ser
diferente, ainda mais depois da crise financeira nos Estados Unidos e na
Europa", disse Ademir. "Está na hora de realizar uma conferência
nacional sobre o sistema financeiro, a fim de ouvir a sociedade sobre a
atuação dos bancos, que dependem de autorização do Banco Central (BC),
mas não atendem os interesses da sociedade", destacou o diretor da
Contraf-CUT.
Rachel disse que "a oficina sobre o sistema financeiro é importante e
está inserida no conjunto de atividades do SindBancários no FST". Um dos
destaques foi o lançamento com debate do livro "A Privataria Tucana",
do jornalista Amaury Ribeiro Jr, ocorrido na quarta-feira (25). A obra
avalia a farra das privatizações no governo FHC, que entregou vários
bancos estatais aos banqueiros nacionais e estrangeiros.
O diretor da Fetrafi-RS ressaltou que a luta pela regulamentação do
sistema financeiro não pode ser exclusiva dos bancários, mas devem ser
protagonistas. "Já na década de 90 os bancários construíram um projeto
de lei para regulamentar o artigo 192 da Constituição Federal que trata
do sistema financeiro", lembrou. "Precisamos aprofundar esse debate e
envolver o conjunto da sociedade", assinalou.
Bancos zumbis, caixas pretas e sem regulação
A professora fez uma palestra de quase uma hora, apontando que "a crise
financeira de 2008 ainda não acabou" e comparou os bancos a zumbis. "São
mortos vivos", explicou. "Desde o início da crise, não há sinais de
melhora nos bancos da Europa", salientando que "a crise europeia é uma
crise soberana" englobando bancos e governos.
Maria Alejandra chamou a atenção que a crise mostrou que os bancos
viraram caixas pretas, pois escondem informações e hoje os investidores
não confiam neles. "Falta regulamentação e supervisão", ressaltou. "Os
bancos passaram dos limites".
Ela observou que, com a crise, os bancos estão fragilizados. O acordo de
Basileia III, de 2010, feito com a lógica de "quanto mais riscos, mais
capital" e que impõe limites, sofre muitas pressões dos bancos, mesmo
com o prazo de implantação das medidas até 2019.
"Muita coisa ainda vai acontecer", previu. "Mas os bancos terão que controlar a alavancagem e ter padrões de liquidez".
A economista alertou que "quem domina as finanças internacionais é o
modelo anglo-americano", concentrando as grandes operações (empréstimos,
derivativos, câmbio, taxas de juros e fundos). "Qualquer mudança tem
que passar pelos Estados Unidos e Inglaterra, porém os bancos não querem
mudar nada", enfatizou. Ela contou que o governo Obama possui dois
grupos de estudos: um a favor da regulação e outro contrário.
Em relação ao Brasil, Maria Alejandra salientou que os cinco maiores
bancos concentram 90% dos ativos. "Isso aumenta o poder dessas
instituições", apontou.
Ela lembrou que, em abril de 2003, foi aprovada uma lei que permite a
regulamentação fatiada do sistema financeiro, "criando um Frankenstein".
Apesar disso, "as atuais normas do sistema financeiro não são
resultados de leis e sim de resoluções do Banco Central".
A economista criticou as resoluções do BC que ampliaram a atuação dos
correspondentes bancários, o que também precarizou as relações de
trabalho. "O Brasil está inserido na dinâmica da maior subordinação da
economia ao sistema financeiro", denunciou. Segundo ela, "isso gera
problemas de controle, auditoria interna, ouvidoria e fiscalização".
Bônus dos executivos
Maria Alejandra também abordou a resolução 3921, do Banco Central, que
trata da remuneração variável dos administradores. Ela obriga os bancos a
formar comitês de remuneração, com três integrantes. No mínimo 50% da
renda variável deve ser paga em ações ou em instrumentos financeiros
baseados em ações.
Ela explicou que os bônus milionários dos executivos foram um dos
motivos da crise internacional. "A política de remuneração deve ser
compatível com os riscos", observou.
Para Maria Alejandra, a crise oferece oportunidades para mudanças com impactos sobre a sociedade e o futuro dos trabalhadores.
Debates
Após a palestra, os participantes da oficina fizeram vários
questionamentos sobre questões como a independência do BC, a ampliação
do crédito, o alto spread dos bancos, o endividamento dos clientes, a
política de metas abusivas e o papel dos bancos públicos. Também foram
apresentadas propostas como a redução das taxas de juros, a taxação
sobre as transações financeiras (taxa Tobin) e o fim dos paraísos
fiscais.
A professora criticou os juros dos bancos, lembrando as diferenças entre
as taxas que algumas instituições praticam aqui e nos países de origem.
Ela disse que BB e Caixa deveriam agir para mudar essa realidade. "Os
bancos públicos não pode ter a mesma gestão dos bancos privados",
afirmou.
Para ela, "o BC ganhou muita autonomia, é o quarto poder da nação, mas deveria estar a serviço da sociedade".
A economista observou ainda que certas questões do sistema financeiro,
como o endividamento, podem trazer pressões políticas e ameaças para a
cidadania e a democracia, atingindo direitos conquistados pela
sociedade.
Avaliação
Para Ademir, a palestra foi muito importante, ampliando o debate, dando
continuidade às discussões dos bancários e envolvendo a sociedade. "Foi
uma aula de sistema financeiro, economia e cidadania".
"Terminamos 2011 com a realização de um seminário internacional sobre o
sistema financeiro, em Santiago do Chile, durante a reunião das redes
sindicais dos bancos internacionais da UNI Américas Finanças. E agora
começamos 2012 com a oficina sobre a regulamentação do sistema
financeiro no FST", apontou.
"O tema é muito complexo e desafiador. Tenho certeza de que é possível
mostrar como a sociedade é vítima da ganância dos bancos quando paga
tarifas abusivas e os juros mais altos do planeta e ainda sofre com a
insegurança", apontou. "Outro sistema financeiro é preciso", concluiu.
Fonte: Contraf-CUT