23/08/2012
Mobilizados, funcionários do Banco do Brasil aguardam boa proposta de PLR
As negociações entre o Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela
Contraf-CUT, e a Fenaban estão em andamento. Os bancários aguardam
propostas sobre todas as reivindicações apresentadas tanto na mesa geral
da Fenaban quanto nas mesas específicas dos bancos públicos, inclusive
sobre a regra geral de PLR.
Assim como ocorre desde a conquista desse direito pelos funcionários do
Banco do Brasil na greve histórica de 2003, haverá provavelmente alguma
proposta adicional à regra geral de PLR da categoria. A negociação visa
ampliar o direito.
É importante esclarecer que nenhuma proposta na mesa da Fenaban reduz a
PLR. Pelo contrário, ela pode aumentá-la. Foi assim quando a porcentagem
do salário aumentou de 80% para 90% do paradigma ao ano.
Pelos resultados apresentados pelos maiores bancos do sistema
financeiro, a proposta precisa ser boa porque, mesmo com abusivas
provisões para devedores duvidosos (PDD), eles lucraram mais de R$ 25
bilhões no primeiro semestre deste ano.
E olha que o BB lucrou R$ 5,7 bilhões e provisionou R$ 6,93 bilhões para
PDD. A provisão sofreu um acréscimo de 26,58% e a variação da
inadimplência do banco foi de 0,1% (comparação com primeiro semestre de
2011), segundo cálculo do Dieese.
Os resultados estão aí e foram produzidos pelos bancários que merecem receber a sua parte.
PLR NO BB: IMPORTANTE CONQUISTA DA UNIDADE DA CATEGORIA
Quando se fala em conquistas oriundas da luta unitária de uma categoria
profissional sempre é bom apresentar o histórico da distribuição da
Participação nos Lucros e Resultados no Banco do Brasil. O banco só
passou a ter PLR a partir da greve de 2003.
Histórico na categoria
A PLR foi conquistada pela categoria bancária no ano de 1995. O acordo
foi assinado entre a então Confederação Nacional dos Bancários (CNB/CUT)
e a Fenaban e valia para dezenas de bancos do país.
A conquista foi fruto da luta dos bancários e o modelo garantia uma
distribuição de uma porcentagem do salário do trabalhador mais um valor
fixo distribuído para todos sem vínculo com metas individuais.
Uma das principais características da regra geral da PLR da categoria
sempre foi garantir que ninguém seja excluído do direito à participação.
Bancos públicos federais sem PLR até 2002
Antes da campanha unificada nos anos 2000, os bancos públicos federais
não assinavam a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dos bancários e,
com isso, os trabalhadores desses bancos não tinham alguns direitos da
categoria como a PLR.
A greve de 2003 no BB e na Caixa foi histórica, pois a reivindicação dos
bancários era pelo cumprimento da CCT da categoria e pela isonomia de
direitos como reajustes salariais, Vale-Alimentação, Vale-Refeição,
Auxílio-Creche/Babá (todos com valores menores que a CCT da época) e PLR
assinada com os sindicatos, federações e CNB/CUT.
O BB, antes dessa conquista da campanha unificada, tinha um programa de
resultados (PR) entre 1998 e 2002, que discriminava milhares de
bancários, pois pagava valores irrisórios para as principais funções nas
agências e até 54 vezes mais para os executivos do banco. Pelas regras
do Dest - departamento que controla as empresas estatais -, o banco não
pode distribuir mais que 6,25% do lucro entre os bancários.
Unidade com a categoria traz PLR ao BB
Com a greve de 2003, o governo federal foi obrigado a implantar a PLR no
BB assinada com os sindicatos, federações e CNB/CUT na mesa da Fenaban.
A conquista fez o banco passar a distribuir mais que 6,25% do resultado
para atender às regras da convenção da categoria, que prevê uma
porcentagem do salário mais um valor fixo distribuído a todos.
Os bancários perceberam a conquista já no primeiro pagamento da PLR em
2003, uma vez que, ao invés de receber uns R$ 400 e milhares de
bancários não ganharem nada, todos receberam valores muito maiores.
O banco gasta, em geral, entre 10% e 12% na distribuição do lucro
justamente para cumprir a regra conquistada na luta, com base no modelo
da Fenaban. Os bancários não aceitam que o banco apague essa referência.
Avanços a partir de 2005
A partir de 2005, os funcionários do BB conquistaram na campanha
unificada daquele ano um aditivo de 4% linear, além da regra geral da
categoria, e as entidades sindicais passaram a negociar um acréscimo de
módulo bônus atrelado ao resultado coletivo das dependências (ATB).
É importante deixar claro que os funcionários do BB não abrem mão da
referência na regra da categoria na mesa da Fenaban, pois foi da luta da
campanha unificada que garantiram o direito. E o modelo da Fenaban mais
a distribuição linear de 4% não têm nenhuma vinculação com metas.
O módulo bônus, que foi negociado entre 2005 e 2011, sempre teve como
referência o resultado coletivo das unidades e é importante salientar
que, em geral, 95% das dependências cumpriam os 400 pontos do ATB.
Antigo Sinergia não impedia adicional de módulo bônus
O programa Sinergia foi criado em outubro de 2005, com a participação
dos superintendentes, gerentes regionais, gerentes de mercado,
administradores e aprovado pelo Conselho Diretor em dezembro de 2005.
Uma das "premissas" era estabelecer objetivos de acordo com o ORC/ATB
(Acordo de Trabalho), além de estimular o atingimento de resultados de
todas as dependências do banco.
Um dos problemas do programa sempre foi a falta de um acordo efetivo de
trabalho que verificasse a realidade de mercado de cada dependência, ou
seja, tudo sempre foi imposto sem um acordo real e efetivo.
Foram traçados objetivos no programa, porém alguns deles nunca foram
mensurados adequadamente, dentre eles, o de assegurar a adoção das
melhores práticas bancárias e o de utilizar racionalmente os recursos
disponíveis. Os únicos objetivos que foram perseguidos pela direção do
BB foram os de alinhamento estratégico da "força de vendas" e o de
melhorar os resultados para o banco. Na verdade, a obsessão do BB era
ser o primeiro, manter a liderança e incrementar lucro. Sempre a
qualquer custo.
Foram criadas quatro etapas: inicial, bronze, prata e ouro. E o Sinergia
era igual ao ATB. A pontuação era dividida em Negócios (400 pontos) e
Gestão (50 pontos), além dos bônus e dos indutores com pontuação móvel
(no tempo do cumprimento e na quantidade de pontos) ao sabor de
interesses pouco claros da diretoria do banco.
O que deveria ser "excepcional" para ajustar, incluir ou excluir
indicadores, adequando o programa em função da dinâmica do mercado,
possíveis alterações do cenário econômico e/ou outras necessidades
detectadas, os diretores da DIRED, DIREV, DIMPE, DIREO e DIRCO, em
decisão colegiada, passaram a usar como regra diária.
O aditivo da PLR não foi prejudicado em função do Sinergia porque todos
os gestores e funcionários tinham uma noção de por onde caminhar mesmo
com as metas impostas e abusivas. Os bônus e os indutores serviam para
maquiar o resultado final do programa.
Com a manipulação das metas do ATB ao final de cada semestre, em torno
de 95% das dependências recebiam a PLR integral e o restante das
dependências poderiam fazer recursos ou recebiam uma proporcionalidade.
Novo Sinergia BB destrói regra de parcela adicional
A Contraf-CUT, fundada em 2006, ocupando o lugar da extinga CNB-CUT, as
entidades filiadas e os funcionários do BB foram surpreendidos em 2012
com a mudança na gestão de metas do banco, que eliminou o ATB na rede de
agências com a criação do Novo Sinergia BB.
Sob o comando do presidente do BB, Aldemir Bendine, e dos
superintendentes nomeados pela diretoria, o programa foi piorado e
rebatizado, estabelecendo metas individuais por carteira e enterrando de
vez a solidariedade nos locais de trabalho.
As novas "premissas" englobam o foco na gestão das carteiras e nos
grupos negociais, cuja importância foi ampliada, considerando atribuição
de 70% do peso total para a formação da nota das agências. Além disso, o
sistema de avaliação semestral tem intenção de fazer premiações
periódicas e individualizadas.
Nada disso foi capaz de melhorar o desempenho porque as metas
continuaram abusivas. Conforme sondagem das entidades sindicais, no
primeiro semestre de avaliação de 2012 verificou-se que 50% das agências
nem saiu da etapa inicial e menos de 20% atingiu a etapa ouro,
demonstrando a distorção do modelo, e 90% das superintendências ficaram
na etapa prata.
O movimento sindical chegou a alertar o banco em negociação nos
primeiros meses do ano de que os funcionários estavam revoltados com o
Novo Sinergia BB, que tem como foco metas individuais e ainda dificulta a
gestão do resultado da agência pelos administradores.
O programa do banco alterou o parâmetro negociado desde 2005 com as
entidades sindicais para a parcela adicional de módulo bônus e os
representantes dos bancários tinham informado da dificuldade de qualquer
negociação de metas individuais na regra de PLR dos funcionários do BB.
Compete agora ao BB fazer uma proposta que contemple as demandas dos bancários e corrija o problema que ele mesmo criou.
Fonte: Contraf-CUT com sindicatos e federações
23/08/2012
Caixa frustra bancários ao não trazer soluções para jornada, Sipon e segurança
Crédito: Valéria Carvalho - Fenae
Empregados devem responder ausência de propostas com mobilização
O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT e
assessorado pela Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa),
realizou nesta quinta-feira (23), com a direção da Caixa Econômica
Federal, em Brasília, a terceira rodada de negociação da pauta
específica da Campanha Nacional 2012. No entanto, apesar das cobranças
das entidades, o banco não apresentou qualquer contraproposta para
solucionar pendências em relação à jornada, Sistema de Ponto Eletrônico
(Sipon) e segurança bancária.
"Desde a primeira rodada de negociações, em 10 de agosto, temos
apresentado propostas detalhadas para cada reivindicação da pauta
específica e tínhamos a expectativa de que os negociadores da Caixa
trouxessem soluções para itens como isonomia, contratação de pessoal,
Saúde Caixa, condições de trabalho, carreira, jornada /Sipon, segurança
bancária e questões relativas à Funcef, entre as quais a incorporação do
REB pelo Novo Plano e a extensão do auxílio e da cesta-alimentação a
todos os aposentados e pensionistas", afirmou Jair Pedro Ferreira,
coordenador da CEE/Caixa e vice-presidente da Fenae.
Ele lembra que isto não só não aconteceu, como a Caixa limitou-se a
afirmar, após o fim da terceira rodada, que irá esperar os resultados da
negociação com a Fenaban marcada para a próxima terça-feira, 28 de
agosto, Dia do Bancário, em São Paulo, para só depois apresentar uma
proposta global aos trabalhadores da empresa.
Diante disso, Jair observou que o resultado da negociação desta
quinta-feira foi frustrante, sobretudo por não registrar nenhum avanço.
Jornada de tabalho e Sipon
Reivindicação recorrente, o respeito à jornada de seis horas para todos
os empregados, inclusive os de nível gerencial e carreiras
profissionais, e sem redução salarial, abriu o bloco de debates sobre
jornada de trabalho e Sipon. A demanda foi mais uma vez negada pela
Caixa, sob a alegação de que a empresa opera basicamente com duas
jornadas: uma de seis horas e outra de oito para cargos comissionados e
de carreiras profissionais.
Foi lembrado também à empresa que a questão do Sipon é uma das maneiras
de avaliar o respeito à jornada, mas quase sempre isto não vem sendo
colocado em prática. Como resultado disso, segundo Jair, os
trabalhadores estão sobrecarregados e são frequentemente vítimas de
assédio moral, sofrendo com a pressão pelo cumprimento de metas
abusivas.
O dirigente sindical ressaltou ainda que "uma das tarefas do Sipon é
mostrar a sobrecarga de trabalho a que estão submetidos os empregados
com jornadas extensas no dia a dia, o que vem causando cada vez mais
adoecimento no ambiente das unidades".
Para resolver essas situações esdrúxulas, o Comando Nacional propôs na
mesa de negociação, entre outras medidas, a adoção de "login único" para
acesso aos sistemas corporativos, o fim do banco de horas ou a extinção
do registro de horas negativas no Sipon (não previsto no acordo
coletivo) e o pagamento de todas as horas extras, acrescidas de 100% das
horas normais.
Também foi reivindicada a adoção da "areg inteligente", de modo a
permitir que o batimento do ponto de saída ocorra apenas a partir do
horário de fechamento do último sistema acessado no dia em que o ponto
ficar em aberto.
Não houve avanço ainda para o item da proibição de trabalho aos sábados,
domingos e feriados, exceto quando se tratar de situações em que a
Caixa fica obrigada ao pagamento das horas trabalhadas com acréscimo de
100%, mais tíquete-alimentação e transporte a todos os trabalhadores
envolvidos. Foi lembrado que trabalho fora do horário, mesmo por meios
eletrônicos, é claramente irregular e contraria recente lei do governo
federal.
"Parece até que, tendo como referência situações dessa natureza, a Caixa
trata seus empregados como meras peças de um tabuleiro. Isto agride,
inclusive, o principio largamente difundido de ser a empresa a melhor
para se trabalhar", disse Jair.
Foram citados os exemplos dos feirões da casa própria em finais de
semana, cuja realização não está devidamente regulamentada. Sobre esse
assunto, a empresa alegou não ter como proibir, argumentando que vem
cumprindo o que determina a legislação, até quanto ao pagamento de horas
extras. O certo, porém, é que a Caixa resiste a fazer esse debate com a
seriedade necessária.
A denúncia de que em Salvador gestores estão sendo convocados a
trabalhar neste fim de semana (25 e 26 de agosto), com o propósito de
ajudar empresas de construção civil, ficou de apurada pela Caixa para
eventuais providências.
Por outro lado, caso a Caixa não se comprometa a acabar com o registro
de horas negativas no Sipon, além de outras questões relativas à jornada
que prejudicam seus empregados, o Comando afirmou categoricamente que
não pretende mais renovar essa cláusula no acordo coletivo deste ano.
Outra coisa: a compensação das horas trabalhadas a mais precisa ser
feita de forma negociada, pois isto é condição para a renovação da
cláusula.
Sobre o "login único", a Caixa informou que o sistema está sendo
revisto. A previsão é de que a medida seja implantada a partir do início
do ano de 2013. A empresa esclareceu ainda que o bloqueio de acesso
motivado por falta de homologação do gestor ou decorrente de hora extra
não acordado não se constitui mais em problema, por já ter sido
resolvido.
Para a reivindicação de o ponto ser batido independentemente de qualquer
restrição, os negociadores da Caixa ficaram de verificar como isto
poderá ser feito.
Foi solicitada que seja estendida aos gestores de todo o país a marcação
de ponto, a exemplo do que acontece na cidade de São Paulo.
Universidade Caixa
O Comando reivindicou a realização dos cursos da Universidade Caixa
dentro da jornada de trabalho, obrigatoriamente, cabendo ainda à empresa
disponibilizar locais e equipamentos adequados, sem abrir mão de
planejamento, de forma a assegurar a igualdade a todos os trabalhadores.
A Caixa, porém, não dispõe de informações detalhadas sobre o
quantitativo de empregados que fizeram os cursos da UCC até agora,
ficando de apresentar os números quanto a esse item na próxima rodada de
negociação.
Segurança bancária
O banco se recusou a atender a proposta de criação de estruturas de
segurança em todos os estados, compatíveis com as demandas locais e de
modo a impedir a existência de regiões desprotegidas, como ocorre hoje.
A alegação é que o atual modelo de segurança, formado por nove filiais e
por 84 consultores espalhados pelas Superintendências Regionais, é
suficiente para as necessidades da empresa. A expansão está descartada,
portanto, mas a Caixa pensa em investir em outras modalidades de
segurança.
Para combater a onda de clonagem de cartão, recorrente em vários lugares
do país, a Caixa afirmou que pretende adotar medidas "inovadoras" para
evitar essas fraudes eletrônicas. Disse, inclusive, que já estão
instaladas câmaras internas de monitoramento em mais de 2.704 unidades,
com o objetivo de verificar os chamados chupas-cabras nas máquinas de
autoatendimento.
O Comando, por outro lado, cobrou a imediata instalação de biombos e
divisórias nos guichês de caixa e penhor, separando os clientes durante o
atendimento, nos moldes da lei municipal existente na cidade de Jundiaí
(SP). A medida é vista como necessária para combater os chamados crimes
de "saidinha de banco", cada vez mais comum no sistema financeiro.
A retomada da implantação do modelo "Agência Segura" também foi
reivindicada. Nesse quesito, a Caixa limitou-se a dizer que esse projeto
não está paralisado, mas o Comando lembrou aos representantes da
empresa que nada de concreto está sendo viabilizado pelo país.
"A Caixa precisa dispor de uma política que leve em conta a segurança de
empregados e clientes, resgatando assim a discussão do projeto de
Agência Segura. Os gestores não devem ter autonomia para decidir sobre
assunto da maior relevância", cobrou Plínio Pavão, diretor da
Contraf/CUT.
Diante dessas cobranças, a Caixa assumiu o compromisso de discutir melhor essa questão com as áreas pertinentes.
A Caixa se negou ainda a atender reivindicações como a que prevê a
instalação de portas de segurança com detectores de metais na entrada
das unidades, antes das salas de autoatendimento. A empresa também alega
dificuldades em proibir o atendimento prévio na parte externa das
unidades, argumentando para isso que precisa discutir melhor o assunto
internamente.
Outro item que a Caixa considera complicado de atender é o da
não-responsabilização civil dos empregados em caso de fraudes ou golpes
de terceiros contra o banco. Os representantes dos bancários
esclareceram que não se trata de inocentar o empregado por princípio,
mas sim de não imputá-lo responsabilidade civil, como vem ocorrendo com
frequência.
Também foi negada a isenção de tarifas para TED e DOC nos casos de
saques do FGTS, precatórios e alvarás judiciais, sob a alegação de que
essa cobrança é da responsabilidade exclusiva do Banco Central. A
cobrança de tarifas para as operações de transferências, segundo a
empresa, é feita apenas entre bancos distintos e não entre agências de
uma mesma instituição.
A Caixa se negou ainda a apresentar ao movimento sindical e às entidades
representativas relatórios sobre estatísticas das ocorrências de
assaltos, furtos ou outros delitos ocorridos em suas agências e postos
de correspondentes bancários. A reivindicação está baseada no fato de
que os ataques a bancos cresceram 50,48% no primeiro semestre de 2012,
atingindo 1.261 ocorrências em todo o país.
O Comando cobrou que esse debate seja feito na mesa específica de
negociações, mas a Caixa alegou não ser possível a apresentação dos
relatórios, dado que essas informações são repassadas diretamente à
Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), a quem cabe definir as medidas
necessárias em negociações com os representantes dos bancários.
Avaliação
O Comando Nacional avalia que a ausência de proposta decente para o
desfecho das negociações específicas da Campanha Nacional 2012 deve ser
respondida com mobilização. Isto é visto como fundamental para que sejam
atendidas as expectativas dos trabalhadores, tanto em relação às suas
reivindicações específicas como em relação aos itens gerais tratados na
mesa da Fenaban.
Segundo Jair, "os empregados estão dispostos a seguir com a luta na
campanha deste ano, não só por aumento real e PLR digna, mas também por
valorização do piso, isonomia, contratação de mais empregados, saúde e
condições de trabalho, Funcef/Prevhab, tíquete dos aposentados, respeito
à jornada/Sipon e por medidas efetivas de segurança bancária". O
momento, segundo ele, "é de mostrar nossa força".
Fonte: Contraf-CUT com Fenae
17/08/2012
Comando Nacional retoma negociações com Fenaban na terça e quarta
O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, retoma na
terça-feira 21 as negociações da Campanha 2012 com a Fenaban, em São
Paulo, agora para discutir as reivindicações sobre segurança bancária,
igualdade de oportunidades e remuneração. Essa terceira rodada de
negociações continuará na manhã de quarta-feira 22.
"O sistema financeiro nacional está mais sólido que nunca. Somente os
cinco maiores bancos do país lucraram no primeiro semestre do ano mais
de R$ 24,5 bilhões. Não há nenhuma razão para que não atendam às
reivindicações econômicas e sociais dos bancários, principais
responsáveis pelos bons resultados", afirma Carlos Cordeiro, presidente
da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.
As demandas sobre segurança, igualdade e remuneração deveriam ter sido
discutidos na quarta e quinta-feira desta semana, dias 15 e 16, mas
foram adiadas por causa do falecimento do ex-dirigente sindical Manoel
Castaño Blanco, marido da assessora jurídica da Contraf-CUT, dra.
Deborah Regina Rocco Castaño Blanco, que participa da mesa de
negociação.
Antes da interrupção, o Comando Nacional e a Fenaban haviam discutido na
manhã do dia 15 propostas dos bancários sobre saúde e condições de
trabalho. Na reunião, os bancos assumiram o compromisso de manter os
salários dos bancários afastados que aguardam perícia médica até que
seja regularizada a situação junto ao INSS.
Esse avanço contrastou com os resultados das duas rodadas anteriores,
nas quais a Fenaban recusou as reivindicações apresentadas pelos
bancários, como mais contratações, fim da rotatividade, aplicação da
convenção 158 da OIT que proíbe demissões imotivadas e fim das metas
abusivas, entre outras.
Veja como foram até agora as rodadas de negociação com a Fenaban:
Avança negociação sobre saúde entre Comando Nacional e Fenaban
Banqueiros dizem que bancários não estão preocupados com emprego
Banqueiros se negam a discutir metas abusivas que adoecem bancários
O que será negociado na terceira rodada
As negociações começam na terça-feira pelo tema segurança bancária, em
que se destacam reivindicações como a proibição da guarda das chaves e
acionadores de alarmes para evitar sequestros, fim do transporte de
numerário por bancários, instalação de equipamentos e medidas de
prevenção contra assaltos, sequestros e extorsões, emissão obrigatória
de BO com cópia aos sindicatos e à Contraf-CUT, estabilidade ao
empregado vítima desse tipo de violência, além de adicional de risco de
morte de 30% do salário para quem trabalha em agências, postos e áreas
de tesouraria.
Os bancários também buscam avanços na promoção da igualdade de
oportunidades e de tratamento, por meio da democratização do acesso,
garantindo que mulheres, negros, indígenas, homoafetivos e pessoas com
deficiência tenham igualdade de condições de contratação, ascensão
profissional e remuneração. Outra medida é a eliminação de quaisquer
práticas discriminatórias nas relações.
As negociações sobre remuneração envolverão:
> Remuneração fixa direta, como o reajuste salarial de 10,25%,
valorização do piso, Plano de Cargos e Salários, adiantamento do 13º,
salário do substituto, parcelamento do adiantamento de férias e
gratificações.
> Remuneração indireta, como auxílio-refeição, cesta-alimentação, 13ª
cesta-alimentação, auxílio-creche/babá, 13º auxílio-creche/babá,
vale-transporte.
> Remuneração variável, como a PLR. Os bancários reivindicam também a
contratação total da remuneração, incluindo a renda variável.
Fonte: Contraf-CUT