quarta-feira, 28 de dezembro de 2011


27/12/2011

Unidade e mobilização garantirão novas conquistas em 2012, diz Contraf-CUT


Carlos Cordeiro faz projeções para o ano novo em entrevista exclusiva

O funcionário do Itaú Unibanco e presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, o Carlão, concedeu uma entrevista exclusiva neste final de ano, fazendo um balanço das lutas e conquistas dos bancários em 2011 e projetando desafios e novas jornadas para 2012. Ele destacou a importância da unidade nacional e da mobilização da categoria para garantir novos avanços para os trabalhadores.

Carlão, que também é coordenador do Comando Nacional dos Bancários e presidente da UNI Américas Finanças, chamou atenção para o problema do emprego, diante da política de rotatividade dos bancos, a necessidade de debater o sistema financeiro com a sociedade e o valor da saúde dos trabalhadores.

O sindicalista ressaltou ainda o papel dos dirigentes sindicais. "Eles precisam se tornar referência para os trabalhadores nas principais questões, como as reformas tributária, política e do sistema financeiro", apontou. "A Contraf-CUT tem a responsabilidade de auxiliar nessa tarefa, qualificando-os para intervenções cada vez mais decisivas no debate social", disse.

Leia os principais trechos da entrevista concedida aos jornalistas Nicolau Soares e Renata Bessi na tarde da última quarta-feira (21), na sala da presidência da Contraf-CUT, no centro de São Paulo:

Que balanço você faz da Campanha Nacional dos Bancários de 2011?

Conseguimos avançar e consolidar conquistas na questão econômica, como o aumento real de salario, importante para a ampliação do poder de compra da sociedade, e melhorias na PLR. Mas avançamos também em outros pontos, especialmente saúde e segurança bancária, com a não publicação dos rankings individuais de metas, a possibilidade de o bancário avaliar o profissional que aplica o exame médico periódico e os avanços, mesmo que pequenos, na segurança bancaria.

Foi a consolidação de um modelo de negociação que conseguiu conquistas econômicas e sociais da nossa pauta de reivindicações, bem como vitórias políticas, quando desmontamos a tese equivocada de que a ameaça de inflação não permite aumento real de salário.

Quais as principais barreiras derrubadas?

A grande barreira que derrubamos, e que foi o maior destaque da campanha, foi sair com aumento real de salário numa situação de inflação considerada alta. Isso foi fundamental não só neste momento, mas para campanhas futuras. O argumento central para essa campanha, falado desde o começo do ano, era o de que não poderíamos ter aumento real porque isso alimentaria a inflação.

Se os trabalhadores do setor financeiro - o mais lucrativo da economia brasileira - não tivessem conquistado aumento real, isso teria impacto em todas as outras categorias. Éramos a bola da vez. Houve toda uma atuação do governo federal, do Banco Central e dos bancos, através da Fenaban, com pressão junto à opinião pública nesse sentido, de que não poderíamos ter aumento real.

Mas não só consolidamos o aumento real para os bancários, como ficou a
referência para as outras categorias e a sociedade de que precisamos de aumento real nos salários para o Brasil crescer com distribuição de
renda. Esse era o grande desafio colocado. Se não vencêssemos, teria impacto inclusive nas campanhas futuras.

Qual o papel da mobilização dos trabalhadores nesse contexto?

Se nós avançamos na parte econômica, nas questões de saúde, na conquista de mais contratações na Caixa, na segurança e na questão política, com a
consolidação do aumento real, isso tudo só foi possível por dois fatores: a
unidade nacional, fundamental para consolidar esse modelo de campanha, e o aumento do grau de mobilização da categoria. Dessa forma, fizemos a maior greve dos últimos 20 anos, com quase 10 mil agências fechadas em todo o país. A unidade e mobilização foram determinantes para isso.

Houve diferença na postura dos bancos nessa campanha?

Os bancos trabalham muito com a conjuntura. No ano passado, com a conjuntura eleitoral, tentaram criar um vínculo entre nossa campanha e a eleição. Nesse ano, de 2011, eles viram a conjuntura econômica, com a crise externa e a inflação.

Tentaram se aproveitar desse debate para nos impor uma derrota. Por muito pouco não levaram a solução da campanha para o TST (Tribunal Superior do Trabalho) - o que o Banco da Amazônia fez, assim como também aconteceu na greve dos Correios. Os bancos esticaram a corda e tentaram nos derrotar.

O impressionante foi a resposta madura dos bancários e dos sindicatos, que aumentaram a mobilização. A categoria teve uma sabedoria muito grande de aumentar gradativamente a greve e derrotar os bancos.

Houve avanços nas mesas temáticas esse ano?

Conseguimos retomar mesas permanentes nas vésperas da campanha, num esforço da Contraf-CUT. Ficamos um ano sem reunir as mesas de saúde e igualdade, por exemplo.

O principal avanço que tivemos foi a retomada. Nas discussões, tivemos avanços pequenos, mas também desdobramentos durante a campanha, com nas áreas de saúde e segurança.

E para 2012, quais os desafios das mesas temáticas?

Nosso desafio para 2012 é começar o ano implementando tanto as quatro mesas temáticas com a Fenaban (saúde do trabalhador, igualdade de oportunidades, terceirização e segurança bancária) quanto às específicas com cada banco.

Vamos tratar temas importantes para a categoria. Não só remuneração, como a discussão de plano de cargos e salários também nos bancos privados, mas também de saúde, condições de trabalho, segurança e previdência complementar.

Qual é o grande problema da categoria?

O grande problema hoje é o emprego, e as condições de trabalho. Como enfrentar a rotatividade, que eu chamo de jabuticaba, porque só existe no Brasil neste nível. É uma vergonha, uma violência praticada pelas empresas, e em especial pelos bancos, para reduzir custos: trocam de trabalhador para baixar o salario médio. Em outros setores no Brasil também há rotatividade, mas o salário não cai como nos bancos.

Os bancos são o setor que tem a maior diferença salarial entre demitidos e
contratados. No caso do Itaú e Santander, não é apenas a rotatividade, mas houve também a redução de postos de trabalho em 2011, mesmo com grandes lucros. Se o Bradesco contrata por que o Itaú demite? Por que o Santander, mesmo tendo aqui 25% do seu lucro mundial, continua demitindo? Isso não faz sentido.

Outro grave problema são as condições de trabalho nos bancos, sobretudo o assédio moral e as metas abusivas, que têm trazido estresse, adoecimento de milhares de trabalhadores e pedidos de demissão.

Como mudar essa situação?

O Brasil é hoje a sexta economia do mundo, mas é o décimo pior em distribuição de renda. Temos que fazer uma disputa muito grande na sociedade, que passa pela reforma tributária, para discutir o tamanho do Estado; a reforma política, para debater qual Congresso vai nos representar; e a reforma do sistema financeiro. Isso nas questões macro.

Nas negociações com os bancos, não tem como o Itaú, que se diz maior banco do Hemisfério Sul, pagar piores salários no Brasil do que em outros países mesmo da América Latina, ainda mais num momento de crescimento do país, com a Copa do Mundo, Olimpíadas. É importante melhorar salários, dar proteção ao emprego. Nas questões de saúde, é preciso discutir as metas abusivas, debater o futuro dos bancários, com a previdência complementar para todos, e principalmente mais contratações.

O sistema financeiro é o setor da economia que mais lucra no Brasil. Por quê?

O lucro dos bancos vem de quatro fontes. Primeiro: 25% vem, em média, da
remuneração de títulos públicos, pagos com nossos tributos. Tira-se dinheiro de programas sociais para pagar a dívida pública. Outros 25% vem das tarifas bancárias, que antes cobriam cerca de 30% da folha de pagamento dos bancos e hoje cobrem, em média, 170%.

Outra parte vem das seguradoras, que são dos bancos. E a última parte
vem de onde deveria vir, ou seja, da intermediação financeira, que é a função do sistema financeiro. E essa vem do spread bancário, que é altíssimo. O grande desafio é baixar os juros, que são muito altos em relação ao resto do mundo.

A sociedade sabe disso?

É necessário discutir essa questão, e daí vem a necessidade da Conferência
Nacional sobre o Sistema Financeiro, justamente para discutirmos que banco temos hoje e que banco queremos. As fusões entre Itaú e Unibanco, Santander e Real, por exemplo, tiveram consequências péssimas para a sociedade: reduziram emprego, fecharam agências, aumentaram tarifas e juros. Quem teve vantagem foram os bancos, que aumentaram os lucros.

Qual a principal diferença entre a bancarização, pregada pelos bancos, e a inclusão bancária, defendida pelos bancários?

Temos que discutir qual o papel dos bancos. Está colocada a questão da
bancarização proposta pelos bancos frente à universalização dos serviços
bancários que defendemos. Se o banco é uma concessão pública, todo cidadão tem o direito de ter uma conta. Por que só pode ter a partir de certa remuneração?

Por que só a partir de certa renda o cliente pode ser atendido na agência e o resto é empurrado para as lotéricas? Todo cidadão tem o direito de ter conta e não pode ser discriminado. E todo atendimento deve ser feito por bancário - sem atendimento de segunda ou terceira categoria.

Isso passa pelo debate dos correspondentes bancários, que são uma terceirização porca para reduzir custos dos bancos - os trabalhadores dos correspondentes ganham, em média, um terço do salário de um bancário.

Tivemos uma intervenção boa no Congresso Nacional sobre este tema e vamos ter que qualificar essa intervenção para combater o modelo de exclusão feito pelo sistema financeiro e pelo governo.

Estamos conversando com a CNBB, a CUT e outras entidades para fazer essa discussão com toda a sociedade sobre a necessidade da conferência nacional do sistema financeiro.

A sociedade tem dificuldade de se apropriar desse debate sobre o sistema financeiro?

É um debate muito distante de todo mundo, parece complexo e as pessoas se afastam. Mas na verdade não é. Tem um serviço que deve ser prestado pelos bancos. A sociedade desconhece que nossos impostos estão remunerando os lucros dos bancos.

A Contraf e a CUT precisam se esforçar para popularizar esse debate. A sociedade está distribuindo dinheiro para os bancos por meio dos títulos públicos. O que se gasta anualmente com juros da dívida é equivalente a 18 vezes o orçamento do Bolsa Família. Se perguntarmos para a sociedade, o que ela responderia sobre a "transfusão de sangue" dos recursos dos trabalhadores para o bolso dos banqueiros?

Na questão do crédito, o que está colocado hoje é o modelo Casas Bahia. Você financia e paga a prazo - mas no final está pagando três geladeiras, três carros. Precisamos fazer uma cartilha, um gibi, mostrando que os bancos estão tirando dinheiro da sociedade. Mostrar que o Santander e o HSBC, por exemplo, cobram juros de 7% ao ano em seus países de origem e aqui cobram 70%. Não é à toa que agora o Santander diz que pretende tirar 30% do lucro do Brasil. Aqui eles podem cobrar esses juros, mas lá fora não, lá a sociedade está mais atenta.

Além disso, falta solidariedade entre as entidades da sociedade civil. Cada um fica preocupado com sua área, mas o debate do sistema financeiro vale para toda a sociedade, não é uma questão corporativa de bancário. Ele afeta o emprego, o desenvolvimento. Precisamos convencer outros atores da sociedade civil da importância de uma conferência sobre o tema e de mudar o papel dos bancos. Não há desenvolvimento econômico e social sem a atuação dos bancos públicos e privados, fomentando crédito justo e direcionado para a geração de melhores empregos e renda.

Qual a proposta dos bancários para tornar o sistema financeiro mais justo?

A regulamentação do artigo 192 da Constituição Federal, proposta
que está desenhada há algum tempo e tem inclusive um projeto no Congresso.
Queremos regulamentar o sistema financeiro com democratização e controle da sociedade.

Uma das coisas importantes é que todo mundo tenha direito a ter conta em banco. Que haja crédito direcionado para o desenvolvimento, para gerar empregos. Não adianta pegar crédito, que é dinheiro público, e os bancos emprestarem para uma empresa desmatar a Amazônia, fazer fusão de empresas que fechem postos de trabalho, projetos que não gerem empregos nem renda. Queremos que os recursos sejam canalizados, carimbados para o desenvolvimento.

Defendemos também a ampliação do Conselho Monetário Nacional, com a
participação da sociedade civil e dos trabalhadores. É ali que se define a
politica monetária, a taxa de juros e hoje só se olha a inflação, não se olha para a geração de empregos, o aumento do crédito. Queremos participar e garantir contrapartidas sociais na definição dessas políticas macroeconômicas.

Queremos que o Congresso crie a Comissão Parlamentar Mista do Sistema Financeiro. Podemos não concordar com os parlamentares que lá estão, mas eles representam a sociedade e é importante que haja uma comissão para fiscalizar o sistema financeiro. Queremos definir claramente que o papel dos bancos, e não só dos bancos públicos, é fornecer crédito para o desenvolvimento.

Por que o salário dos trabalhadores, que é depositado nos bancos
privados, tem que ter destino diferente do salário de um trabalhador de
banco público? Os bancos públicos devem liderar esse processo de direcionamento do crédito com juros baixos, pressionando os privados nessa direção. É um absurdo os bancos federais e privados cobrem essa taxa altíssima de juros. Queremos bancos servindo à sociedade e não se servindo dela.

Qual o papel do Banco Central nesse contexto?

Ele poderia ter outro papel. Ao contrário do que prega a grande mídia, defendemos que o BC tem que ser dependente da sociedade e não do mercado. O que vemos hoje é um BC voltado para o sistema financeiro. As medidas tomadas são para os bancos - o correspondente bancário, por exemplo, que foi feito na surdina e tomando o lugar do Congresso Nacional. O BC hoje é o sindicato nacional dos bancos no Brasil.

Temos que enfrentar esse debate e acabar com esse modelo de BC. O papel é
fiscalizar e punir os maus gestores do sistema financeiro, ouvir a sociedade e fazer uma política de universalização dos serviços bancários, além de reduzir o spread e promover o crédito, ou seja, tudo na contramão do que ele vem fazendo.

Até caíram os juros, mas o spread bancário se mantém altíssimo. Por que o BC não enfrenta os bancos? Isso é um cartel e é papel dele enfrentar. A Selic caiu, foi aprovada a Lei de Falências, a inadimplência caiu, todas as condições colocadas para a queda do spread aconteceram - e o spread não baixou, assim como as tarifas não caíram. O BC tem que enfrentar essa situação.

Houve avanços na internacionalização da luta dos bancários?

Olhando a categoria, tivemos alguns avanços. Conseguimos um acordo marco global com o Banco do Brasil, através da UNI Sindicato Global, com apoio da Contraf-CUT. Ele garante que todos os trabalhadores do BB nas Américas e nos demais continentes tenham direito a se organizarem em sindicatos, com negociação coletiva e sindicalização, ou seja, os princípios estão garantidos. Nos EUA, por exemplo, hoje bancos não permitem que os bancários tenham um sindicato. Nesse sentido, o acordo é importante.

Na questão das redes sindicais internacionais de cada banco, tivemos avanços importantes. Começamos, mesmo que timidamente, um processo de negociação com os bancos, realizando reuniões com Itaú, HSBC, BB e Santander. Em outros momentos isso não era possível. Havíamos avançado muito na organização dos bancários, com as redes sindicais de cada banco e neste ano, conseguimos que os bancos tivessem um diálogo com essas redes.

Estamos ampliando a organização com as jornadas internacionais de luta, com
processos de troca de informações sobre cada país. Tenho certeza de que em 2012 teremos mais avanços

A crise financeira interferiu nesse processo?

É um trabalho anterior à crise internacional. As crises são cíclicas, entram e saem. A crise na Europa não tem consequência na América Latina ainda, os bancos estão bem, com altos lucros. Mas temos também debatido a importância de sermos solidários com os trabalhadores dos países da Europa que estão sendo atingidos por esses problemas.

Como tem sido a relação com o Congresso Nacional?

Foi um campo em que avançamos nesse ano. Fizemos uma reunião com parlamentares bancários e apresentamos nossas preocupações para o momento, como as questões dos correspondentes bancários, da segurança, da regulamentação do artigo 192 que trata do sistema financeiro, e da terceirização. Depois, por conta da conjuntura, o debate ficou focado nos correspondentes.

Vários parlamentares apoiaram nossas demandas, em especial os deputados Ricardo Berzoini (PT-SP) e Cláudio Putty (PT-PA), que se mobilizaram nas discussões dos correspondentes e da Conferência Nacional sobre o Sistema Financeiro. Faremos em 2012 outro encontro com os parlamentares e queremos ampliar, fazer um caderno com os principais projetos de lei correndo no Congresso que queremos acompanhar.

Queremos levar em 2012 a proposta da Conferência Nacional do Sistema Financeiro para a presidenta Dilma Rousseff. Temos que ampliar nossas relações institucionais com o parlamento e o Executivo.

Quais as perspectivas da Contraf-CUT para 2012?

A partir dessa conjuntura, acho que os sindicatos de bancários têm que ocupar espaço junto com as centrais e se tornarem de fato referências dos trabalhadores.

Se não aproveitarmos este momento de crescimento econômico e da renda do
trabalhador, vamos ficar para trás. Temos que ser a referência na discussão da reforma tributária, da reforma política, da reforma do sistema financeiro e na disputa de renda que teremos daqui pra frente. Temos que disputar outro patamar de emprego, que passa pelo debate da terceirização que está ocorrendo no Congresso.

Não basta apenas resistir e lutar contra, mas buscar outro modelo que dê ao
trabalhador seguranca e estabilidade no emprego. Isso passa por acabar com a terceirização e com a rotatividade e colocar medidas de combate às demissões. Será um ano de muita luta e acho que nossos sindicatos estão preparados para essa disputa. Temos que ter intervenções mais qualificadas, talvez.

E o 4º Congresso da Contraf-CUT que deve ocorrer até meados de abril?

O congresso vai definir a estratégia para os próximos três anos e quais os temas mais importantes. O tema da saúde será central para os trabalhadores e vou defender no congresso da Contraf-CUT que seja o ano da saúde dos bancários.

Não podemos só olhar a questão econômica. Precisamos ter avanços nessa questão da saúde. Será inclusive o tema da Campanha da Fraternidade da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) e vamos fazer esse debate interno.

Eu pessoalmente acho que devemos aprender com a Campanha da Fraternidade e escolher um tema para trabalhar o ano inteiro com os trabalhadores. Fazer estudos sobre o tema, convidar a academia, realizar debates, produzir materiais, revistas, livros. Se ficarmos o ano inteiro com o tema, criaremos uma base muito mais sólida para transformar a situação que a gente vive.

Acho que temos que nos articular mais com a sociedade. Não podemos olhar só para o nosso umbigo. Se estivermos articulados, nossa chance de mudar é muito maior.

Que ações a Contraf-CUT deverá realizar no próximo ano?

A Contraf-CUT tem que se aproximar ainda mais dos sindicatos e dos dirigentes sindicais. Dar condições para que a nossa intervenção seja mais qualificada. Para isso, investimos pesado na formação sindical, na elaboração de documentos, como os Cadernos Contraf, e vamos ter que aprofundar isso. Não só continuar, mas fazer mais e melhor. Talvez tenhamos cursos de especialização em temas importantes.

Acredito que os dirigentes sindicais precisam se especializar para ter intervenção mais incisiva na sociedade. Temos um exército de quase 5 mil dirigentes no País e temos que contribuir para que eles tenham intervenção mais qualificada. Os empresários se organizam, os bancos também, e temos que ter organização ainda maior para atingir os nossos objetivos.

Só vamos ser referência para os trabalhadores se levarmos esses debates de dentro para fora dos sindicatos. Os dirigentes têm que estar engajados nessas grandes reformas necessárias, estar mais qualificados para ganhar essa disputa sobre que o tipo de país que precisamos.

Esse processo de formação já deu resultados nesse período?

É perceptível que alguns companheiros que participaram desse processo mudaram sua maneira de atuar. Passaram a procurar outros horizontes, articular com outras entidades, ocupar espaços dentro das suas entidades e isso é fundamental.

Para terminar, qual é a mensagem que você deixa aos bancários e às bancárias para 2012?

Vivemos um momento de grandes oportunidades em nosso país. A unidade, a
mobilização e a solidariedade entre os trabalhadores de diversas categorias
serão elementos centrais para vencermos os desafios em 2012, com mais e melhores empregos e com distribuição de renda. Desta forma, conseguiremos transformar este momento que o Brasil vive de crescimento econômico em desenvolvimento com inclusão social para todos e todas.


Fonte: Contraf-CUT

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

GT/Saúde do Trabalhador acorda com a Caixa nova versão para o RH 052   PDF Imprimir E-mail
Seg, 26 de Dezembro de 2011 17:21  
Os bancários estiveram reunidos, nesta quarta e quinta-feira, 21 e 22, com a Caixa, para retomar os debates sobre Saúde Caixa e Saúde do Trabalhador por meio do GT-ST.

Os representantes da empresa apresentaram no primeiro dia os números consolidados do plano de saúde, os quais apresentam divergências em relação aos apresentados anteriormente, sob alegação de que alguns valores a débito não haviam sido lançados anteriormente.

Os representantes dos empregados questionaram a postura da empresa, solicitando que os números fossem informados de forma aberta, uma vez que os valores apenas fazem referência a despesas e receitas, sem especificar claramente quais itens estão sendo incluídos em cada coluna. A Caixa ficou de remeter posteriormente.


A Caixa havia fornecido números que indicavam um superávit enorme e agora apresentou outros números, onde o superávit praticamente desaparece, informando que os lançamentos anteriores estavam errados, pois muitos débitos não haviam sido considerados.


O movimento sindical deixou claro que isso trás uma grande insegurança e cobrou que a Caixa explique melhor o que está sendo considerado agora, pois no resultado somente devem aparecer despesas com assistência, uma vez que as administrativas são 100% arcadas pela Caixa. Também deixaram claro que exigirão a realização de auditoria nos números para que os bancários tenham o exato conhecimento das condições do Saúde Caixa.


No segundo dia, foram debatidos mais uma vez os normativos RH 025 e 052, licença para tratamento de saúde e acidente de trabalho, respectivamente. No RH 025 ainda restam dois pontos que a Caixa ficou de retornar. O primeiro deles é o item que prevê a possibilidade de o médico da Caixa rever a quantidade de dias de afastamento determinado pelo médico assistente, podendo reduzir o prazo ou simplesmente negar o afastamento.


Já  outra divergência é sobre o item 3.13 no qual é estipulado o prazo máximo de 4 dias para o trabalhador afastado apresentar atestado, sendo que a legislação não estabelece esse prazo e muitas vezes o empregado não tem condições de cumpri-lo, podendo ter negada sua licença por não cumprimento desse prazo. A Caixa ficou de dar um retorno para que se possa divulgar uma nova versão do manual sem esses prejuízos ao trabalhador.


Já no RH 052 foram acordados vários pontos importantes, restando ainda a polêmica sobre a emissão de CAT na suspeita de doença do trabalho. Ficou acertado que será elaborada uma nova versão com os avanços que foram acordados e o debate continuará em relação às divergências.


Fonte: Contraf-CUT com edição de Imprensa/SindBancários

Última atualização em Seg, 26 de Dezembro de 2011 17:43
20/12/2011
Revista dos Bancários circula e já está disponível para leitura on-line

A edição de novembro da Revista dos Bancários, elaborada pela Contraf-CUT, está circulando em todo o Brasil, trazendo uma análise completa da Campanha Nacional 2011, com imagens das mobilizações dos sindicatos e as principais conquistas gerais e específicas da categoria.

Agora, a Contraf-CUT também está disponibilizando a publicação para leitura on-line, através da seção Publicações deste site, como forma de garantir que todos os bancários possam avaliar a maior greve nacional dos bancários dos últimos 20 anos, que paralisou 9.254 agências em todo país.

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Clique aqui para acessar a revista.

"Fizemos uma campanha vitoriosa, fruto de nossa unidade e mobilização. Rompemos barreiras e conquistamos reajuste salarial e 9%, com 1,5% de aumento real, valorização do piso e melhorias na PLR, além de avanços no combate ao assédio moral, com a proibição de divulgação de rankings individuais de resultados, e na segurança, com a proibição do transporte de valores pelos bancários", lembra Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.

"Mais do que o registro desses avanços importantes, a revista traz o cenário complexo que tivemos que enfrentar neste ano para consolidar a política de recomposição de salários, com aumento real pelo oitavo ano consecutiva, nova valorização do piso e melhoria da PLR", completa Ademir Wiederkehr, secretário de Imprensa da Contraf-CUT.

Com 48 páginas, a revista ainda foca a continuidade das mesas temáticas (saúde do trabalhador, segurança bancária, igualdade de oportunidades e terceirização) e os próximos desafios da categoria, como o movimento pela Conferência Nacional sobre o Sistema Financeiro, a redução das altas taxas de juros, a mobilização contra o projeto que amplia a terceirização e a luta pela inclusão bancária sem discriminação.

Boa leitura!

Fonte: Contraf-CUT
21/12/2011

Dia Nacional de Luta protesta contra Natal de demissões do Itaú Unibanco

Crédito: Seeb São Paulo
Seeb São Paulo Trabalhadores questionam novo marketing do banco que não para de demitir

Os bancários realizaram nesta quarta-feira (21) um Dia Nacional de Luta com protestos em todo país contra a política de demissões do banco que bate lucros recordes, mas não para de dispensar trabalhadores, nem mesmo na véspera do Natal. Houve manifestações em vários estados, segundo levantamento preliminar da Contraf-CUT.


"Trata-se de uma grande irresponsabilidade. O banco havia sinalizado que não demitiria, porém preferiu desrespeitar seus trabalhadores. Isso é inadmissível", afirmou Ana Tércia, funcionária do Itaú e diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, durante manifestação no Centro Administrativo Tatuapé (CAT), na capital paulista.


Desta forma, vários sindicatos levaram o Papai Noel do Itaú que, em vez de entregar presentes, abriu um "saco de maldades" nas atividades, como dispensas, desrespeito, falta de funcionários, sobrecarga de trabalho e condições precárias de saúde e segurança.


"Estamos aqui em defesa dos bancários, que se matam de tanto trabalhar durante o ano inteiro e no Natal recebem como presente a demissão. Estamos ainda defendendo a população, que também merece mais respeito", explicou Washington Henrique, diretor do Sindicato dos Bancários de Brasília.


Veja algumas das manifestações ocorridas em todo Brasil:


Atos na Avenida Paulista e no CAT denunciam Natal de demissões no Itaú


Bancários do Rio protestam contra Natal de demissões no Itaú Unibanco


Bancários de Brasília param agências do Itaú e protestam contra demissões


Bancários de Porto Alegre param agências do Itaú e cobram mais funcionários


Bancários de Campinas protestam contra demissões no Itaú Unibanco


Bancários de Teresina param por uma hora contra demissões do Itaú


Bancários param agências contra demissões do Itaú no Rio Grande do Sul



Fonte: Contraf-CUT com sindicatos

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

21/12/2011 

Contraf-CUT participa da reunião do GT Saúde do Trabalhador da Caixa 

A Contraf-CUT, federações e sindicatos participam nesta quarta e quinta-feira, dias 21 e 22, da última reunião em 2011 do Grupo de Trabalho (GT) Saúde do Trabalhador com a Caixa Econômica Federal, em Brasília. Os representantes dos trabalhadores cobram avanços nas questões relativas ao Saúde Caixa e nos temas referentes aos normativos de saúde do trabalhador RH052 (relativo a afastamentos por acidente de trabalho) e RH025 (que trata de afastamentos por doenças comuns).

Segundo Plínio Pavão, empregado da Caixa e secretário de saúde do trabalhador da Contraf-CUT, neste ano foram conquistados avanços importantes como a renovação do acordo coletivo e a inclusão de uma série de medidas que constarão no plano de saúde a partir de 1º de julho do próximo ano, como a cirurgia retrativa (miopia, estigmatismo e hipermetropia), isto sem que outros procedimentos precisem ser exclusos.


"Apesar disso, esperamos que desta vez a empresa possa resolver os demais problemas apresentados. Fechamos mais um ano com superávit e esperamos utilizá-lo para melhoria do plano", afirma Plínio. "Além disso, a Caixa comprometeu-se em aprofundar o debate, inclusive no âmbito do GT Saúde Caixa, sobre todos os itens relacionados pelos empregados como importantes para a melhoria do programa", completa.


Em relação ao RH052, diversos pontos de consenso já foram alcançados entre as partes em mesas de negociação anteriores. No entanto, os representantes do banco afirmaram que precisariam submeter alguns itens reivindicados pelos bancários à aprovação da direção, mas isso foi impossível por conta da troca, na época, da diretoria do banco.


Quanto às discussões sobre a RH025, diversos itens devem ser aperfeiçoados para garantir que os empregados com incapacidade para o trabalho possam gozar o afastamento de maneira que seus direitos sejam respeitados.


Fonte: Contraf-CUT
20/12/2011 

Bancos registram 103 denúncias de assédio moral no 1º semestre de 2011
 
Crédito: Jailton Garcia - Contraf-CUT
Jailton Garcia - Contraf-CUT Avaliação está prevista no acordo do programa de combate ao assédio moral


Em reunião ocorrida nesta terça-feira (20), em São Paulo, com a Contraf-CUT, federações e sindicatos, a Fenaban apresentou um novo relatório com as denúncias de assédio moral recebidas pelos bancos entre 1º de fevereiro e 30 de junho de 2011. Foram registradas 103 denúncias no período, sendo 65 feitas por meio dos sindicatos e 38 pelos canais internos de cada instituição financeira.


Os números foram somados por solicitação das entidades sindicais, ao contrário dos dados apresentados na primeira reunião realizada em 12 de agosto. Trata-se do primeiro levantamento semestral exibido pelos bancos ao movimento sindical sobre assédio moral.


Destas 103 denúncias, 69 apurações foram encerradas até 30 de junho, das quais em 23 os bancos reconhecem que tenha havido violência psicológica contra os bancários. Além destas, 37 denúncias não foram reconhecidas como casos de assédio; 9 não reuniam, na avaliação dos bancos, elementos suficientes para apuração; e 34 continuavam em aberto no final do semestre.


Chama a atenção o baixo número de denúncias em que os bancos reconhecem o assédio entre os casos encaminhados pelos sindicatos. Dos 65 processos, apenas 5 tiveram esse desfecho entre 34 encerrados no semestre. São apenas 14% das denúncias concluídas no período.


"É muito pouco. Se os sindicatos vão até os locais de trabalho, averiguam e constatam a situação de assédio, é esperado um número maior de casos que terminem com alguma consequência para o denunciado", avalia Plínio Pavão, secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT. "Precisamos aprofundar a discussão e chegar aos motivos desse problema", aponta.


Avaliação semestral


A reunião concluiu a avaliação dos dados do primeiro semestre de 2011 sobre o programa de combate ao assédio moral, previsto no parágrafo 2º do acordo coletivo de trabalho aditivo para prevenção de conflitos no ambiente de trabalho, firmado entre várias entidades sindicais e diversos bancos.


Os trabalhadores e bancos concordaram em fazer as avaliações em período semestral. Dessa forma, será realizada a discussão dos dados de janeiro a junho e outra sobre o período de julho a dezembro. No caso do primeiro semestre deste ano, como o acordo foi assinado no final de janeiro, apenas cinco meses foram avaliados.


Conceitos


Inicialmente, havia diferenças de conceito entre o levantamento feito pelo movimento sindical e os dados apresentados pela Fenaban. Ficou acordado que as denúncias serão contabilizadas tendo como referência o denunciado. Assim, várias reclamações referentes ao mesmo denunciado serão consideradas denúncias diferentes, enquanto denúncias coletivas contra uma mesma pessoa serão contabilizadas apenas uma vez.


As partes concordaram que seja informado para a Contraf-CUT quais as medidas que os bancos estão tomando para divulgar o programa de combate ao assédio moral e conscientizar os trabalhadores sobre os canais de denúncias.


Além disso, os sindicatos cobraram dos bancos respostas bem mais detalhadas para as denúncias apresentadas, de forma que se saiba exatamente o que foi apurado e que medidas serão adotadas.


Os bancários reivindicaram a inclusão de uma estatística indicando a causa de cada denúncia, mas os bancos negaram.



Fonte: Contraf-CUT

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

16/12/2011

Caixa garante que greve não prejudicará empregados na avaliação por mérito

Crédito: Augusto Coelho/Fenae

Augusto Coelho/Fenae Última rodada de negociação permanente com a Caixa em 2011

Após pressão do movimento dos trabalhadores, a Caixa Econômica Federal vai alterar a cartilha de orientação para avaliação por mérito para a promoção de 2011, no trecho que colocava a falta por greve como um critério que poderia contar pontos negativos para a promoção. A empresa garantiu que os trabalhadores grevistas não serão prejudicados no processo de avaliação de desempenho de seus empregados, conforme foi negociado na campanha salarial deste ano.


A correção do texto foi anunciada nesta sexta-feira, 16 de dezembro, durante a rodada de negociações permanentes entre a Contraf/CUT, federações e sindicatos com a Caixa, em Brasília. Também foram abordados os temas relacionados às mudanças do Ret/PV, Comissão de Conciliação Voluntária (CCV) para as 7ª e 8ª horas, cobrança indevida de juros no cheque especial para os aposentados, assédio moral e denúncias de coação de testemunhas.


Ret/PV


A direção da Caixa decidiu retomar o trabalho das retaguardas (Ret/PV) em todas as agências sem qualquer planejamento, impondo uma sobrecarga desumana de trabalho, principalmente aos tesoureiros, que estão sendo obrigados a assumir funções gerenciais, sem a respectiva remuneração por tal incumbência.


O serviço que era feito por cinco, seis pessoas, está sendo realizado por dois trabalhadores ou, em parte das unidades, por um único empregado. Falta estrutura, a segurança não é adequada, a extrapolação da jornada é constante, e a cobrança é absurda.


As péssimas condições de trabalho dos empregados desse setor foram levadas para a mesa de negociação. A Caixa recebeu as denúncias elaboradas por sindicatos de todo o país, bem como o ofício do Conselho Deliberativo Nacional da Fenae relatando essas queixas, e se comprometeu a dar uma resposta mais consistente em relação aos problemas das retaguardas.


Os sindicatos precisam continuar o processo de mobilização, fazendo reuniões, encontros e informando os resultados dessas ações à Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), que assessora a Contraf/CUT nas negociações com o banco.


CCV para 7ª e 8ª horas


A CEE/Caixa cobrou um retorno sobre a proposta da Comissão de Conciliação Voluntária (CCV) em relação à sétima e oitava hora. A Caixa pediu um prazo de mais 60 dias para dar uma resposta efetiva, pois precisa da aprovação do Conselho Diretor da empresa.


A Caixa vai considerar o mês de setembro de 2011 como referência para calcular a indenização de sétima e oitava hora, conforme o acordo coletivo.


Aposentados


Os empregados reivindicaram a correção dos juros cobrados indevidamente no cheque especial dos aposentados. A empresa informou que houve um erro no sistema e pediu desculpas aos aposentados.


A correção começou a ser efetuada a partir do dia 9 de dezembro e, caso ainda existam valores a serem devolvidos, o empregado deverá procurar sua agência de relacionamento.


Carreira de TI


A CEE/Caixa cobrou da empresa maior valorização dos empregados do setor de TI. A Caixa informou que está fazendo debates através de GTs internos por meio da Vice-Presidência de Tecnologia da Informação (Vitec) e da Vice-Presidência de Gestão de Pessoas (Vipes) para promover maior valorização dos profissionais dessa área.


Trabalho voluntário em situações de calamidade


Empregados da Caixa que trabalharam como voluntários em situações de calamidades (alagamentos, desmoronamentos...), como as que ocorreram em Santa Catarina, tiveram suas horas extras abatidas indevidamente no banco de horas da greve. A CEE/Caixa cobrou que a empresa corrija o erro cometido e que faça o pagamento como horas extras. A empresa ficou de avaliar a situação.


Assédio Moral e coação de testemunhas


A CEE/Caixa reivindicou da empresa mais agilidade para lidar com os problemas de assédio moral que ocorrem dentro da Caixa. A empresa informou que de fato o processo é demorado e passa por diversos comitês, mas se comprometeu a tornar os procedimentos mais rápidos.


Empregados que são testemunhas em processos judiciais de seus colegas estão sofrendo coação de superiores. A CEE/Caixa considera esse caso inaceitável e cobrou uma solução urgente da empresa. Os representantes da Caixa explicaram que esse procedimento não é uma orientação da direção da empresa e que tomarão as providências cabíveis.


A próxima rodada de negociação permanente com a Caixa foi marcada para o dia 10 de fevereiro de 2012.



Fonte: Contraf-CUT com Fenae
19/12/2011

Contraf-CUT volta a avaliar combate ao assédio moral com Fenaban nesta terça

 
A Contraf-CUT, federações e sindicatos se reúnen nesta terça-feira (20), às 15h, com a Fenaban, em São Paulo, para concluir a avaliação do 1º semestre de 2011 da aplicação do programa de combate ao assédio moral, previsto no parágrafo 2º do acordo coletivo de trabalho aditivo para prevenção de conflitos no ambiente de trabalho.

O acordo foi assinado, em janeiro, entre várias entidades sindicais e diversos bancos, como Bradesco, Itaú Unibanco, Santander, HSBC, Citibank, Caixa Econômica Federal, Votorantim, Safra e BIC Banco.


"A primeira reunião de avaliação, tendo como foco o primeiro semestre de 2011, aconteceu no dia 12 de agosto, porém não foi conclusiva e alguns temas ficaram pendentes. Ficamos de marcar outra reunião para concluir os trabalhos, mas por conta da Campanha Nacional dos Bancários a data foi adiada e estamos retomando agora", explica Plinio Pavão, secretário da Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT.


Na reunião de agosto, os dirigentes sindicais fizeram um balanço positivo dos primeiros seis meses de vigência do programa, mas defenderam ajustes para melhorar a sua aplicação. "A assinatura do acordo é um fato inédito entre patrões e empregados de todas as categorias no Brasil e no mundo. A avaliação preliminar do primeiro semestre de 2011 é positiva, mas precisamos ainda aperfeiçoar muito para um combate pleno do assédio moral, que chegue até às suas causas geradoras", avalia Plínio.


Na ocasião, a Fenaban fez uma apresentação com dados estatísticos setoriais das denúncias de assédio moral apresentadas pelos sindicatos aos bancos, bem como trouxe sugestões de indicadores para avaliar o desempenho do programa.


Os dirigentes sindicais propuseram que a Fenaban inclua nas suas estatísticas as denúncias de assédio moral que também são feitas pelos canais internos dos bancos e quais as causas que provocaram essas denúncias. Os negociadores da Fenaban ficaram de consultar os bancos sobre as propostas apresentadas e continuar as discussões numa próxima reunião, em data a ser marcada.


Acordo inédito


O acordo criou um canal de denúncias, via sindicatos que firmaram o instrumento coletivo, que são repassadas aos bancos, preservando a identidade dos denunciantes, com o compromisso por parte dos bancos de investigar os casos apresentados. Os bancos acolhem as denúncias, abrem processos de investigação e, no prazo de 60 dias, informam os resultados aos sindicatos com as providências adotadas.


Já as denúncias apresentadas ao sindicato de forma anônima continuam sendo apuradas pelas entidades, mas fora das regras desse programa.


Assédio Moral


O assédio moral é um dos principais problemas da categoria em todo país. Segundo a consulta feita entre maio e junho pelos sindicatos, 66% dos 27.644 bancários de todo o país conhecem o problema e estão muito preocupados como o assédio moral, de acordo com a enquete organizada pela Contraf-CUT.


Plínio avalia que os primeiros resultados do programa são positivos, mas o processo de apropriação do canal à disposição da categoria, garantido pelo acordo, ainda está no início. "Nossa perspectiva é a de que o canal seja cada vez mais usado. Estamos vivendo uma mudança de cultura. A solução do problema passa principalmente pelo envolvimento do trabalhador em fazer as denúncias", avalia o dirigente da Contraf-CUT.


Números divergentes


Plínio explica que os números finais do balanço do primeiro semestre não foram apresentados ainda por uma divergência de metodologia. "A primeira divergência foi em relação ao período considerado para esse primeiro balanço. A segunda é que consideramos que a Fenaban deve incluir nos dados gerais não apenas as denúncias apresentadas pelos sindicatos, mas também aquelas que chegam via canal interno dos bancos", explica.


Avaliação do 2º semestre


A reunião para avaliação do segundo semestre de 2011 deve acontecer no início de 2012.



Fonte: Contraf-CUT

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

14/12/2011

Livro "A Privataria Tucana" mostra como país perdeu com privatizações

Para quem ainda acredita que as privatizações trouxeram algum ganho para o Brasil, aí vai uma conta bem simples. O governo FHC afirma ter arrecadado R$ 85,2 bilhões com a venda das empresas públicas. O país, no entanto, pagou R$ 87,6 bilhões para as empresas que assumiram esse patrimônio público. Isso mesmo: gastou R$ 2,4 bilhões a mais do que alegou receber.


A conta, feita à época das privatizações pelo jornalista Aloysio Biondi, está no livro A Privataria Tucana, lançado na sexta-feira 9, pelo jornalista Amaury Ribeiro, e com a primeira edição de 15 mil exemplares já esgotada no sábado 10.

O prejuízo, que Biondi anunciava de forma corajosa, muitas vezes por intermédio da Folha Bancária e da Revista dos Bancários (hoje Revista do Brasil), veio do fato de que para vender as estatais, o governo absorveu as dívidas dessas empresas, promoveu milhares de demissões, emprestou dinheiro público via BNDES aos compradores e ainda aceitou a utilização de "moedas podres", ou seja, títulos do próprio governo que valiam metade de seu valor de face, como parte do pagamento.

O resultado é essa conta que dilapidou o patrimônio do país. Mas, se o Brasil não ganhou, então por que as privatizações foram feitas? Porque muita gente ganhou.

Quem ganhou?

Aí é que residem as grandes revelações do livro-denúncia de Amaury Ribeiro, um premiado jornalista investigativo, que trouxe histórias, factuais e documentadas, dos crimes obscurecidos pelo processo de privatização. O livro, da Geração Editorial, tem 320 páginas: 200 de texto jornalístico da melhor qualidade e 120 de reproduções de documentos e provas.
Alguns personagens são bem conhecidos. Além do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do seu ministro do Planejamento, José Serra, há o "chefe da lavanderia do tucanato", conforme define o autor, o ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio de Oliveira, apontado como "artesão" dos consórcios da privatização das telecomunicações no país.
A "costura" feita por Ricardo Sérgio envolvia o pagamento de propina dos empresários interessados em participar dos consórcios de privatização. O dinheiro dessas propinas era, então, "lavado" em operações que envolviam empresas "offshore" - criadas em paraísos fiscais.

Abrindo empresas desse tipo, para limpar o dinheiro sujo que saía do país, a família de José Serra deu uma mãozinha à "privataria tucana", principalmente o genro e a filha, Verônica Serra. E, ainda de acordo com o apurado por Amaury Ribeiro, todos eles enriqueceram muito após o processo de privatizações do final de década de 1990.

BB e Caixa

A ordem de FHC era: "vender tudo o que der para vender". Para privatizar as estatais, o governo federal promoveu um verdadeiro desmonte das empresas públicas, fazendo-as parecer, ainda mais inoperantes do que realmente eram.
E assim quase foram pelo ralo da privatização e da corrupção tucana o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. Amaury relata que "o Memorando de Política Econômica, de 9 de março de 1999, no alvorecer do segundo mandato de FHC, descreve (...) no item 18 a venda de componentes estratégicos" desses bancos ou a transformação das duas instituições em "bancos de segunda linha".
Para a presidenta do Sindicato dos Bancários de são Paulo, Juvandia Moreira, o livro de Amaury Ribeiro prova a importância do combate do movimento sindical ao processo de privatização promovido pelos governos federal e estaduais do PSDB.

"Esse é um Brasil que felizmente estamos deixando para trás. O país que era para poucos, no qual dilapidar o patrimônio público em nome de uma suposta modernidade era algo visto como correto. O fato de a velha imprensa não dar nenhuma repercussão a essas graves denúncias é uma forma de mostrar sua parcialidade. E um sinal de que seu moralismo seletivo está a serviço de fazer o país voltar a um tempo que a maioria da população não deseja ver de volta", afirma.
"Esperamos que o Ministério Público e a Polícia Federal tomem providências para investigar todas as denúncias feitas nesse livro e retomar para os cofres públicos qualquer dinheiro desviado", completa a dirigente.

Fonte: Seeb São Paulo
16/12/2011

Contraf-CUT assina acordo aditivo e PPRS do Santander com avanços

Crédito: Seeb São Paulo

Seeb São Paulo Celebração: bancários renovam único aditivo com bancos privados

A Contraf-CUT, federações e sindicatos assinaram nesta sexta-feira (16) com o Santander o acordo coletivo de trabalho, que é aditivo à convenção coletiva de trabalho firmado com a Fenaban. Também foi assinado o acordo do Programa de Participação nos Resultados do Santander (PPRS), bem como os Termos de Compromisso do Banesprev e Cabesp e um novo que garante aos funcionários oriundos do Banespa a opção de migração ao plano de cargos e salários do banco. Todos os instrumentos firmados têm validade de um ano.

Clique aqui para acessar o aditivo e aqui para ler o acordo do PPRS.

Clique aqui para acessar o Termo de Compromisso Cabesp

Clique aqui para acessar o Termo de Compromisso Banesprev

Clique aqui para acessar o Termo de Compromisso - Opção de Migração ao PCS

A cerimônia ocorreu na Torre do Santander, em São Paulo. A Contraf-CUT foi representada pelo secretário de imprensa e funcionário do banco, Ademir Wiederkehr. Também assinaram os acordos a presidenta e a diretora de finanças do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juandia Moreira e Rita Berlofa, respectivamente, a diretora do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Cleyde Magno, o presidente da Fetec São Paulo, Luiz Cesar de Freitas (Alemão) e o diretor do Sindicato dos Bancários de Campinas, Cristiano Meibach.

Várias entidades sindicais enviaram procurações para a Contraf-CUT. Também compareceram diversos sindicalistas, como o coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Marcelo Sá.

Pelo Santander, estiveram presentes a vice-presidente de Recursos Humanos, Lilian Guimarães, o superintendente de Relações Sindicais, Jerônimo dos Anjos, a gerente de Relações Sindicais, Fabiana Ribeiro, e o assistente de Relações Sindicais, Marcos Schmitz.


Celebração

"A assinatura representa a celebração de um acordo que traz avanços para os trabalhadores e reforça a posição do Santander, único banco privado que firma um aditivo à convenção coletiva", disse Ademir. "Foi um acordo difícil, mas ele comprova que houve diálogo entre as partes, o que é importante para a valorização dos trabalhadores e o crescimento do banco no Brasil", destacou Rita, que coordenou a mesa de negociações.

Ademir lembrou que o acordo fecha o ano de 2011, que foi marcado por lutas e mobilizações, mas também por momentos de diálogo entre dirigentes sindicais e o banco. "Tivemos uma reunião com o novo presidente do Santander Brasil, Marcial Portela, e esperamos novos contatos para debater as propostas dos trabalhadores", destacou.

"Também participamos do primeiro encontro de sindicalistas da América Latina com o diretor de Relações Laborais do Santander na Espanha, Juan Gorostidi, onde defendemos a construção de um acordo marco global com a UNI Finanças, a exemplo dos instrumentos já firmados com o Banco do Brasil e outros bancos transnacionais", frisou o dirigente sindical.

O diretor da Contraf-CUT aproveitou para propor uma agenda positiva em 2012, discutindo temas como emprego, condições de trabalho, saúde e previdência. "O Brasil está crescendo e a maioria das pessoas não tem conta corrente. O melhor caminho para o Santander é a abertura de novas agências e postos de atendimento, como alguns bancos já estão fazendo, pois, além de gerar empregos para os bancários, garante atendimento decente para a sociedade. Todos sairão ganhando", enfatizou.


Veja os principais avanços do aditivo:

O aditivo garante a renovação de todas as cláusulas que estavam vigentes, como o intervalo de 15 minutos dentro da jornada de seis horas e a ampliação do horário de amamentação. Também renova os termos de compromisso do Banesprev e Cabesp, assinados concomitantemente com o aditivo desde 2001, que asseguram a manutenção do patrocínio do banco para o fundo de pensão e à caixa de assistência à saúde dos banespianos da ativa e aposentados.

Além disso, o aditivo traz novos avanços para os trabalhadores, como:


Ampliação do auxílio-educação

O banco ampliará as bolsas de auxílio-estudo para cursos afins de graduação, passando-as de 2.000 para 2.300, no valor de 50% da mensalidade, limitada a R$ 410. As inscrições já estão abertas pela intranet do banco.


Melhoria do PPRS

O PPRS sobe dos atuais R$ 1.350 para R$ 1.500, um acréscimo de 11,11%, que será creditado junto com a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) até o dia 1º de março de 2012.

Isso garante que nenhum funcionário poderá receber menos que R$ 1.500 a título de programa próprio de renda variável. Esse valor não será compensado com a PLR, como ocorre em outros bancos.


Ampliação do Fórum de Saúde e Condições de Trabalho

Já assegurado nos aditivos anteriores, o fórum será ampliado e terá a participação de um cipeiro eleito por Cipa, como forma de reforçar este espaço de debate sobre os problemas de saúde e condições de trabalho no banco.


Grupo de Trabalho do SantanderPrevi

Será formado um grupo para discutir, de forma conjunta, a partir de fevereiro de 2012, com prazo de duranção de 30 dias, a alteração do processo eleitoral existente, visando assegurar a possibilidade de candidaturas dos participantes com ampla e prévia divulgação dos critérios de elegibilidade e publicidade. O objetivo é garantir um processo democrático, como no Banesprev, e uma gestão participativa e transparente.


Procedimentos em caso de PP (Pedido de Prorrogação)

Manutenção do salário quando o trabalhador afastado recebe alta do INSS, mas é considerado inapto para o retorno pelo médico da empresa. Fruto das negociações no Comitê de Relações Trabalhistas (CRT), o banco vinha garantindo o pagamento do salário ao funcionário enquanto aguardava o parecer do INSS. Agora essa prática está assegurada no aditivo.


Acesso aos sindicatos

Os dirigentes sindicais com frequência livre, empregados do banco, terão acesso às dependências do banco, inclusive prédios administrativos, para distribuição de jornais e boletins sindicais.


Licença para exames pré-natais

As empregadas grávidas terão a ausência abonada para a realização de exames pré-natais, mediante comprovação por atestados médicos.


Opção de migração para funcionários oriundos do Banespa

Um novo termo de compromisso garante a opção de migração aos funcionários oriundos do Banespa para o plano de cargos, salários e carreiras do Santander.

Fonte: Contraf-CUT

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

CONTRAF-CUT DEBATE NA CAMARA DOS DEPUTADOS O FUTURO DOS CORRESPONDENTES BANCÁRIOS

A Contraf-CUT na tarde de ontem (16) referendou seu papel de defesa dos interesses, não somente dos bancários e bancárias, mas também de toda a sociedade brasileira ao participar da audiência pública  na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, convocada para discutir o Projeto de Decreto Legislativo (PDC) nº 214/2011, do deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP), que suspende as recentes resoluções do BC que amplia a atuação dos correspondentes bancários.

Em um plenário repleto de representantes de bancários de todos os Estados, Carlos Cordeiro, Presidente da Contraf-CUT,  defendeu a inclusão bancária de toda a população e exortou o Congresso Nacional a se somar aos esforços para realização de uma Conferência Nacional sobre o Sistema Financeiro, possibilitando a discussão sobre qual é o papel que os bancos devem assumir no Brasil.

Diante de deputados, representantes da Fenaban e do Banco Central, Carlos Cordeiro afirmou: "O Banco Central funciona hoje como um verdadeiro sindicato nacional dos bancos. Em vez de se preocupar com a sociedade e com o desenvolvimento econômico e social do país, age única e exclusivamente a serviço do sistema financeiro."


Exclusão, precarização e insegurança

Último a falar na audiência, o presidente da Contraf-CUT fez um histórico da evolução da legislação sobre os correspondentes bancários e rebateu as argumentações do BC e da Fenaban de que esses instrumentos desempenham importante função social ao supostamente levar atendimento bancário a regiões distantes e carentes.

"Quando foram criados, na década de 1970, a intenção era realmente essa. Mas paulatinamente o Banco Central foi alterando a sua função, atendendo os interesses dos bancos, e hoje os correspondentes podem fazer praticamente tudo o que as agências fazem. Mas é mentira que eles estão levando atendimento às populações distantes e desassistidas",
criticou Carlos Cordeiro.

"Os correspondentes estão concentrados hoje nas regiões onde está a população bancarizada, principalmente no Sudeste, funcionando ao lado ou próximo das agências, que é para onde os bancos estão empurrando a clientela de baixa renda em sua estratégia de elitização das agências", acrescentou o presidente da Contraf-CUT. "Os correspondentes estão sendo usados na verdade para segregar e excluir os mais pobres, para precarizar as relações de trabalho, reduzir custos e aumentar os lucros dos bancos, uma vez que os correspondentes fazem a mesma coisa e custam um quarto do salário do bancário."

Em vez de correspondente, posto de atendimento

Cordeiro, por fim, refutou a argumentação da Fenaban de que a aprovação do PDC 214 provocará demissões e deixará sem acesso aos serviços financeiros as populações de regiões desassistidas.

"É preciso deixar claro que nós não defendemos o fim dos correspondentes", frisou o presidente da Contraf-CUT. "O que queremos é transformar os correspondentes em postos de atendimento, em agências pioneiras, com segurança, com sigilo bancário preservado, que dêem assistência financeira a toda a população, sem discriminação de condição econômica e social, de raça ou de cor. Os bancos são o segmento que mais lucra na economia. Essa deveria ser a sua contrapartida social para ajudar o Brasil a se desenvolver", destacou.

Reclamações de clientes

Citando dados consolidados de 150 Procons, o diretor-substituto do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça revelou na audiência pública que os órgãos estão lotados de reclamações contra os correspondentes bancários. "Muitos deles se aproveitam da ignorância da população de baixa renda e negociam a quitação de uma dívida em troca de novos empréstimos para conseguir comissão", denunciou Amaury.

FONTE: Contraf-CUT, com Seeb de Brasília

COMANDO ENTREGA PAUTA ESPECÍFICA À DIREÇÃO DO BB

Ontem (17) pela manhã, o Comando Nacional dos Bancários entregou à direção do Banco do Brasil a pauta de reivindicações específicas da Campanha Nacional 2011. Entre outros itens, a Pauta Específica dos trabalhadores do BB reivindica como prioridades a extinção do voto de minerva na Previ, combate ao assédio moral, fim das metas abusivas e dos descomissionamentos, novas contratações, Cassi e Previ para todos os trabalhadores dos bancos incorporados e reforço do caráter público do BB, definidos no 22º Congresso Nacional dos Funcionários do BB, realizado em São Paulo, no mês de julho.

Para o Coordenador  do Comando Nacional dos Bancários e  Presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, esse crescimento da lucratividade do BB no último período é a prova de que é o momento de ampliarmos nossas conquistas em relação à última Campanha Nacional. "Se o Brasil quer avançar, temos que deixar de buscar só o desenvolvimento econômico e buscar o desenvolvimento de forma geral, em todas as áreas. Esse é o momento de levar para a sociedade o debate em relação ao papel dos bancos", defendeu Cordeiro.

Outro ponto destacado pelo Presidente da Contraf-Cut, em relação ao BB, é a questão do Assédio Moral como uma prática desumana dentro do ambiente de trabalho. "O que mais tem nos preocupado é essa forma violenta de fazer os bancários cumprirem as metas. Infelizmente o BB está mais preocupado em disputar com os bancos privados do que em ser um banco público e por isso acaba tratando os funcionários dessa forma", criticou.

"Na mesma proporção dos balanços positivos que o banco vem apresentando, queremos uma negociação que dê resultados frutíferos para o funcionalismo. Vamos discutir as questões econômicas, mas devemos principalmente melhorar as condições de trabalho com mais contratações e combater a violência organizacional e o assédio moral com respeito e valorização dos bancários", afirma Carlos Cordeiro.

Para Pedro Loss, funcionário do BB e Diretor do SindBancários, a entrega da minuta simboliza os anseios e a disposição dos trabalhadores para avançar nas conquistas. “Nossas demandas, justas e necessárias, foram entregues ao banco. Agora vamos mobilizar para coletivamente construirmos um grande movimento e conquistarmos avanços e ganhos reais para os bancários e bancárias”, afirma Loss.
 
MATÉRIA: COMANDO ENTREGA PAUTA ESPECÍFICA À DIREÇÃO DO BB
POR: Jorge Lucas (Articulação Bancária de Porto Alegre – RS)
SUBSÍDIO: Pricilla Beine - Seeb Brasilia

DIRIGENTES, DELEGADOS SINDICAIS E EMPREGADOS DA CEF DEBATEM CONDIÇÕES DE TRABALHO E CAMPANHA NACIONAL 2011

As condições de trabalho serão tema de reunião nesta quinta-feira, dia 18, a partir das 18h30, na Casa dos Bancários. Aberta a todos os interessados e aos delegados sindicais a proposta é organizar os trabalhadores para novos dias de paralisação em agências que apresentam problemas, como fraude no ponto eletrônico, falta de pessoal, assédio moral, instalações precárias e outros. Do jeito que as coisas estão, novas paralisações serão feitas para que a Caixa resolva a situação. A organização para a Campanha Nacional dos Bancários também estará na pauta. Participe!

Em junho, os empregados fecharam a agência Partenon. Além de falta de empregados, o prédio apresentava péssimo estado de conservação. Laudo da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), que foi ao local após denúncia do SindBancários, apontou a existência de fungos, mal cheiro e sujeira nos dutos da edificação. Um muro também apresentava riscos de desabamento. Há mais de um ano que está escorado com vigas.

O SindBancários informa que denúncias sobre violência organizacional, más condições de trabalho e outros problemas podem ser encaminhadas para o Tudo Tem Limite, de forma que a entidade tenha a dimensão da situação e possa agir em defesa da categoria. Além do site www.tudotemlimite.org.br, você pode encaminhar e-mail para: tudotemlimite@sindbancarios.org.br ou telefone (51) 3433-1225.

FONTE: SindBancários

DIEESE DIVULGA BALANÇO DE REAJUSTES DAS CATEGORIAS NO PRIMEIRO SEMESTRE

O DIEESE realiza hoje em São Paulo a apresentação e debate do Balanço dos Reajustes Salariais do primeiro semestre de 2011, que servirá como subsídio para as Campanhas Salariais com data base no segundo semestre, a exemplo da Campanha Nacional dos Bancários.

FONTE: DIEESE

COMANDO NACIONAL ENTREGA PAUTA ESPECÍFICA À CEF

Na tarde desta quarta-feira (17) o Comando Nacional dos Bancários entregou a pauta de reivindicações dos empregados para a campanha salarial 2011 ao diretor de Gestão de Pessoas da Caixa, Nelson Antônio de Souza. O documento é fruto de discussões realizadas pelos funcionários da CEF e aprovadas pelo 27º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa (CONECEF), realizado nos dias 9 e 10 de julho, em São Paulo (SP).

Durante a entrega da Pauta, o Coordenador do Comando Nacional e Presidente da Contraf/CUT, Carlos Cordeiro, enfatizou que a minuta da Caixa é específica e complementar à pauta geral da categoria bancária. Segundo Carlos Cordeiro, a expectativa é de que o acordo específico de 2011 seja fechado em condições melhores do que o firmado no ano passado. "Queremos resolver as questões da Caixa no âmbito da mesa específica, a exemplo do que ocorreu na campanha salarial 2010. Isto, sem dúvida, será bom para ambos os lados", acrescentou Cordeiro.

A pauta específica entregue reúne temas fundamentais para a melhoria das condições de trabalho dos funcionários da CEF, dentre eles: Saúde Caixa, Jornada de Trabalho, PSI, Voto de Minerva na FUNCEF, aposentadoria, além da discussão também encaminhada para a diretoria da CEF sobre a questão dos correspondentes bancários utilizados com a finalidade de redução de custos, precarizando o Trabalho Bancário.

MATÉRIA: COMANDO NACIONAL ENTREGA PAUTA ESPECÍFICA À CEF
POR: Jorge Lucas (Articulação Bancária de Porto Alegre)
SUBSÍDIO: www.fenae.org.br

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

19º ENCONTRO NACIONAL DOS BANRISULENSES

Todos os banrisulenses estão convocados para o 19º edição do Encontro Nacional, que ocorre no sábado, dia 20 de agosto, no Hotel Embaixador, em Porto Alegre. As inscrições para o evento podem ser realizadas a partir desta quinta, dia 11, através do Sistema de Eventos Online da Fetrafi-RS, através dos sindicatos filiados à entidade ou diretamente no hotel, no dia do Encontro.

Este será um momento decisivo para elegermos nossas prioridades à Campanha Salarial de 2011 e avançarmos no debate sobre um plano de carreira que valorize o empenho e dedicação dos trabalhadores. Os debates centrarão temas como Remuneração; Participação nos Lucros e Resultados; Quadro de Carreira; Cabergs e Fundação; Saúde e Condições de Trabalho. Uma agenda de lutas será aprovada, assim como definida a minuta, a data de entrega para a direção do banco e um calendário de negociações.

O Plano de Carreira terá espaço para um relato dos trabalhos da Comissão Paritária, e apresentação dos seus parâmetros. Estão contemplados os empregos básicos, que não são comissionados. Já os comissionados terão um prazo maior de discussão.

A sua presença é fundamental para mostrarmos força e mobilização. O Banrisul sempre se caracterizou por ser vanguarda nas Campanhas Salariais, por isso vamos lutar para voltarmos a ser os protagonistas dessa luta. Participe!

Programação
9h - Abertura - Fetrafi-RS, SindBancários, Contraf, CUT e presidente do Banrisul
9h30 - Painel das perspectivas da Fundação Banrisul
10h - Conjuntura estadual e análise do balanço do primeiro semestre - Dieese-RS
11h - Debate e aprovação da pauta específica dos banrisulenses
12h30 - Almoço
13h30 - Debate Plano de Carreira
16h30 - Debate e eleição do Comando dos Banrisulenses
17h - Encerramento

Fonte: Imprensa/SindBancários com Imprensa/Fetrafi-RS

MARCHA DAS MARGARIDAS QUEBRA INVISIBILIDADE POLÍTICA DAS TRABALHADORAS RURAIS

Abertura da manifestação aconteceu nessa terça (16), no Parque da Cidade, em Brasília

 


Na solenidade de abertura da Marcha das Margaridas, ativistas e ministros exaltaram o poder de diálogo conquistado pelo movimento de mulheres do campo e da floresta a partir da mobilização social. Desde 2000, elas rumam à capital federal para protestar e cobrar o poder público a cada quatro anos. Na quarta edição, iniciada nesta terça-feira (16), a conquista de espaço junto ao poder público foi motivo de comemoração, mas as demandas por avanços no combate à desigualdade de gênero ainda são amplas.

O primeiro dos dois dias de mobilização começou com a recepção às comitivas de todas as regiões do país. A estimativa das organizadoras é de que 50 mil mulheres estejam instaladas na Cidade das Margaridas, montada no Parque da Cidade, em Brasília. Há expectativa de que seja possível alcançar a meta de 100 mil até esta quarta-feira (17), quando ocorrem as manifestações propriamente.

Os alojamentos onde estão instaladas as mulheres do campo, da floresta e da cidade têm cobertura e piso de lona. Sobre a forração de plástico é que são posicionados os colchonetes durante a noite. As filas longas são regra durante as refeições, mas reina o espírito de solidariedade.

Nesta terça, além de receber as delegações, houve a prepração para a marcha, com oficinas de formação e duas mesas de debate sobre desenvolvimento sustentável, relacionados aos sete eixos que compõem a pauta entregue ao governo na semana passada. À tarde, uma solenidade marcou o lançamento da marcha.

Visíveis
Apesar do atraso de quase duas horas, o ato foi prestigiado por ministros de Estado e parlamentares, além de Agnelo Queiroz, governador do Distrito Federal. Carmem Foro, coordenadora geral da Marcha das Margaridas, secretária de Meio Ambiente da CUT e secretária de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), lembrou que muitas das mulheres deixaram suas casas há dois ou três dias, tomando barco e ônibus como meio de transporte, para chegar até Brasília.

Carmem Foro se definiu como uma "cabocla da Amazônia", citando sua origem na área rural do Pará, que integra o bioma. "Muitas mulheres aqui presentes veem de uma realidade política bem difícil. Muitas aqui eram invisíveis e, desde a primeira marcha, em 2000, conseguimos quebrar essa invisibilidade política. A quarta marcha de amanhã (quarta-feira) tem muita importância para todas as mulheres, porque é a primeira vez em que marcharemos tendo uma mulher como presidenta da República."Rosane Silva, Secretária da Mulher Trabalhadora da CUT e da coordenação da marcha, ressaltou que o modelo de sociedade defendido pela marcha é um modelo em que todas as mulheres sejam livres de fato. “Nós da CUT não nos sentimos somente parceiros da marcha, mas parte dela, pois a agenda de reivindicações da marcha fazem parte da luta da CUT, com o destaque para duas: a política de valorização do salário mínimo e reforma agrária”.

Rosane ainda destacou a luta por creche pública de qualidade para trabalhadoras rurais e urbanas, atualização do índice de produtividade da terra, além da ratificação da convenção 159 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que prevê igualdade de direitos entre homens e mulheres no mercado de trabalho.

Estiveram presentes também como representantes da CUT, Vagner Freitas, Secretário de Administração e Finanças, e Jacy Afonso, Secretário de Organização.

Uma das homenageadas foi a pernambucana Elizabeth Teixeira, de 86 anos. Viúva do fundador das Ligas Camponesas João Pedro Teixeira, assassinado em 1962, ela criou sozinha 11 filhos no meio rural. A escolha foi uma forma de lembrar das mulheres ameaçadas ou assassinadas no campo. Segundo a Contag, em 10 anos, as mulheres ameaçadas de morte na região amazônica passaram de 7% para 20% dos nomes listados anualmente pela Comissão Pastoral da Terra (CPT).

Iriny Lopes, ministra da Mulher, foi a única representante do governo a falar. Ela confirmou que, ao participar da marcha, nesta quarta-feira, a presidenta Dilma Rousseff anunciará medidas do Executivo federal para atender à pauta de reivindicações entregue na semana passada pelas lideranças da Contag.

"O Estado precisa fazer sua parte para que seja superada a desigualdade de gênero", defendeu Iriny. "Mas já adianto aqui para vocês que, com certeza, a presidenta Dilma irá fazer diversos anúncios para que sejam cumpridas as pautas que vocês apresentaram a nós nos próximos quatro anos, ainda no governo da Dilma."

O presidente da Contag, Alberto Ercílio Broch, relembrou a primeira marcha, em 2000, quando a mobilização teve como alvo o modelo neoliberal promovido pelo governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso. Desde então, o ato se incorporou à agenda das mulheres no país e, hoje, é considerada a maior mobilização de mulheres da América Latina. "As mulheres aqui presentes são sofridas, simples, humildes e ajudaram a viabilizar a marcha." Apesar de a lista de reivindicações das ativistas ainda ser extensa, Broch reconheceu avanços em relação à política para os agricultores familiares e para comunidades extrativistas.

 

FONTE: CUT - BRASIL

POR: Tatiana Melim