sábado, 14 de maio de 2011

13 de maio é Dia Nacional de Luta para abolir a discriminação nos bancos

O SindBancários e a CUT-RS realizaram na sexta-feira, 13 de maio, uma manifestação na Esquina Democrática (Avenida Borges de Medeiros com Rua dos Andradas), no centro da Porto Alegre, por mais contratações de negros, negras e pessoas com deficiência nos bancos, na luta pela igualdade de oportunidades no sistema financeiro e na sociedade.

Nesta data que lembra a abolição da escravatura no Brasil, foi distribuída uma carta aberta à população, denunciando a discriminação e a exclusão, tanto no acesso ao emprego quanto na remuneração e na ascensão profissional nos bancos que atinge negros, negras e pessoas com deficiência nos bancos. O objetivo é mostrar a herança e as consequências que a escravidão, proibida legalmente há 123 anos, deixou na população negra e no Brasil.
A atividade marcou o Dia Nacional de Luta contra a discriminação nos bancos, promovido pela Contraf-CUT, com o mote "Vamos abolir a discriminação e promover a inclusão: Por mais contratações de negros, negras e pessoas com deficiência nos bancos".
"Há tempos, a Contraf-CUT e o movimento sindical bancário formaram a convicção de que é preciso incorporar à sua prática cotidiana o combate a todas as formas de exclusão, entre elas a discriminação e o preconceito. Vamos para as ruas levar essa luta até as pessoas e buscar a igualdade dentro dos bancos", destaca Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.
As pessoas negras correspondem a 35,7% da População Economicamente Ativa do Brasil. No entanto, segundo dados do Mapa da Diversidade, pesquisa feita pela Febraban em 2009, negros e negras ocupam apenas 19% das vagas nos bancos. Além disso, os negros recebem salários menores do que os brancos. Enquanto um branco recebia um salário médio de R$ 3.411 em 2009, o negro recebia um média de R$ 2.870.
Nada a comemorar

Para o funcionário do Itaú Unibanco e diretor da Fetrafi-RS, Edson Moura, “n
ovamente estamos diante de uma data pela qual o POVO NEGRO não tem nada a comemorar. O POVO NEGRO deveria, sim, PROTESTAR, no dia 14 de Maio, pois foi neste dia que os negros acordaram e se deram conta de que estavam jogados na SARJETA do mundo, SEM TRABALHO, SEM MORADIA, SEM TER COMO SE ALIMENTAR”.

“Hoje, século 21, a situação permanece a mesma, se você é negro ou negra, tente conseguir emprego em um banco privado, como por exemplo o Itaú, que obteve lucro recorde de R$ 3,5 bilhões no primeiro trimestre”, denuncia o dirigente sindical.

“Enquanto um gerente de agência aconselhar uma funcionária negra a fazer "LUZES" nos cabelos, ou orientar um funcionário negro a usar "LENTES DE CONTATO, VERDES OU AZUIS", em prol do bom atendimento aos clientes, estaremos sim diante do RACISMO. estaremos sim diante da DISCRIMINAÇÃO RACIAL”, salienta Edson.

Para ele, não podemos virar as costas para mais de 50% da população brasileira, achando que o DEUS MERCADO dita as regras e que não é interessante ter um negro ou uma negra na linha de frente para vender produtos de um banco ou de qualquer indústria ou comércio. “NÃO SOMOS TODOS UMA ÚNICA RAÇA HUMANA?", questiona o dirigente da Fetrafi-RS.


TEXTO: 13 de maio é Dia Nacional de Luta para abolir a discriminação nos bancos
POR: Edson Moura e Ademir Wiedecker (Articulação Bancária de Porto Alegre)

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